Resumo

Turismo é uma atividade que demanda integração, complementariedade e interdependência (Pavlovich, 2003; Zemla, 2014), não raramente sendo descrita como organizada em rede (Baggio, Scott e Cooper, 2010; Asero, Gozzo e Tomaselli, 2015), sendo a análise de redes sociais uma técnica eficiente em descrever a complexidade dos relacionamentos existentes (Baggio, 2020).

a análise de redes sociais vem sendo empregada de diferentes formas na pesquisa em turismo (Baggio, 2020). Poucos estudos, no entanto, adotam a perspectiva do turista como fonte de análise (Zee e Vanneste, 2015; Hernández, Kirilenko e Strepchenkova, 2018), ou analisaram como as interações na rede evoluem (Baggio, 2017). Diante o exposto, o presente trabalho tem por objetivo analisar a evolução da rede de relacionamentos de atrativos turísticos adotando a perspectiva do turista como aspecto integrador.

Duas perspectivas principais orientam a análise de redes: (i) perspectiva global; e (ii) análise de atores específicos e dos relacionamentos estabelecidos (Casanueva, Gallego e García-Sanchez, 2014). Sob a perspectiva global analisa-se a estrutura e a densidade dos relacionamentos e identifica-se atores centrais e periféricos (Iannolino e Ruggieri, 2017). Ao observar as características específicas dos atores da rede ganha em relevância a análise das características das conexões estabelecidas, das funções dos atores na rede e das medidas de centralidade (Stienmetz e Fesenmaier, 2019).

A pesquisa caracteriza-se como exploratória e descritiva, com a aplicação de análise de redes sociais a partir de dados secundários coletados do site Trip Advisor. Foi mapeada a rede de atrativos turísticos do destino de Gramado (RS) foi mapeada entre os anos de 2013 e 2018, considerando os atrativos do destino como os atores (nós) da rede e os avaliadores como as conexões. Além da representação gráfica da rede, para análise da evolução dos relacionamentos foram empregadas medidas de tamanho e densidade da rede e métricas de centralidade dos atores.

Os resultados encontrados permitiram evidenciar uma alta densidade na rede de atrativos, além de estabilidade entre os atrativos centrais ao longo do período estudado. A partir da análise de subgrupos da rede foram identificados três subgrupos com os atrativos centrais/ principais do destino, atrativos organizados em um roteiro específico e atrativos periféricos/ complementares. Apesar da estabilidade da rede, foi possível observar mudanças em sua estrutura a partir da entrada de novos atores. Os resultados permitem identificar diferentes padrões de inserção estratégica de novos atores na rede

os resultados encontrados permitiram evidenciar a alta densidade na rede de atrativos, além da estabilidade entre os atrativos centrais ao longo do período estudado. A análise de grupos identificou três subgrupos com os atrativos centrais/ principais do destino, atrativos organizados em um roteiro específico e atrativos periféricos/ complementares. Apesar da estabilidade da rede, foi possível observar mudanças em sua estrutura a partir da entrada de novos atores. Os resultados permitem identificar diferentes padrões de inserção estratégica de novos atores na rede de atrativos.

Asero, V.; Gozzo, S.; Tomaselli, V. Building tourism networks through tourist mobility. Journal of Travel Research, vol. 55, issue 6, 2016. Baggio, R. Tourism destinations: a universally conjecture based on network Science. Annals of Tourism Research, vol. 82, 2020. Stienmetz, J.L.; Fesenmaier, D.R. Destination Value Systems: Modeling Visitor Flow Structure and Economic Impact. Journal of Travel Research, vol. 58, nº 8, 2018. Zee, E.; Vannest, D. Tourism networks unraveled; a review of the literature on networks in tourism management studies. Tourism Management Perspectives, vol. 15, 2015.