Resumo

Título do Artigo

ESTRUTURA DE CAPITAL NO BRASIL: FATORES RELEVANTES PARA COOPERATIVAS DE CRÉDITO
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Palavras Chave

Cooperativas de crédito
Estrutura de Capital
Determinantes

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital, Dividendos e Fusões e Aquisições

Autores

Nome
1 - Flavia Zancan
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEARP USP
2 - Marta Von Ende
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Colégio Politécnico

Reumo

As decisões sobre estrutura de capital estão entre as mais importantes na gestão estratégica de uma instituição e têm sido amplamente estudadas por meio das Teorias do Trade-Off e Pecking Order. A Crise Financeira Subprime, que afetou os grandes bancos, trouxe à tona a fragilidade do sistema financeiro e revelou que as instituições financeiras adotam posturas mais conservadoras, quando comparadas ao nível mínimo exigido pelos reguladores. Tal fato possibilitou identificar determinantes que influenciam na estrutura de capital, sobretudo das instituições financeiras cooperativas de crédito.
A evolução do conhecimento sobre o tema estrutura de capital possibilitou identificar determinantes nas instituições financeiras que influenciam tal estrutura. Mas, apesar de diversos determinantes terem sido estudados, pouco espaço obteve um segmento que avança a passos largos, capaz de influenciar financeiramente e socialmente seus usuários, qual seja, o ramo do cooperativismo de crédito. Assim, objetiva-se analisar os principais determinantes da estrutura de capital das cooperativas de crédito brasileiras, no período de 2000 a 2019, a luz das teorias do Trade-Off e Pecking Order.
A estrutura de capital remete à composição das fontes de financiamento, originadas por capital próprio e de terceiros. Com os fundamentos das Teorias de Trade-Off (Kraus & Litzenberger, 1973) e Pecking Order (Myers, 1984) foram selecionados determinantes que explicam o endividamento das cooperativas de crédito, como: tamanho; rentabilidade; oportunidade de crescimento; tangibilidade; depósitos; volatilidade; risco de crédito; liquidez e variáveis macroeconômicas, que são fundamentais então para entender o que influência o endividamento nestas instituições.
Foram analisadas 872 cooperativas de crédito singulares brasileiras durante 20 anos (2000 a 2019), por meio do método dos mínimos quadrados ordinários. Para tanto, o estudo foi dividido em duas partes, sendo o primeiro período de 2000 a 2007 e o segundo de 2008 a 2019, para capturar possível efeito da Crise Financeira Subprime. Como determinantes, têm-se: tamanho; rentabilidade; oportunidade de crescimento; tangibilidade; depósito; volatilidade; risco de crédito e liquidez. Utilizou-se também variáveis macroeconômicas, como produto interno bruto, inflação, depósito e taxa de juros.
Para as cooperativas de crédito a alavancagem é influenciada positivamente pelo tamanho, oportunidade de crescimento, depósito e inflação e negativamente pela rentabilidade, volatilidade e taxa de juros. Obteve-se a confirmação de aproximadamente 60% da previsão teórica, o que representa um avanço quando comparado a Oliveira (2018), sendo que a maior parte das variáveis confirmam os pressupostos da Teoria de Pecking Order. Ainda, a divisão dos períodos permitiu identificar que as cooperativas de crédito aumentam o endividamento no período após a Crise Financeira Subprime (2008 a 2019).
O estudo permitiu analisar que o endividamento das cooperativas de crédito, no período de 2000 a 2019, foi influenciado positivamente pelos determinantes tamanho, oportunidade de crescimento, depósito e inflação e negativamente pela rentabilidade, volatilidade e taxa de juros. Quanto as teorias, a maior parte das variáveis confirmam as premissas da Teoria de Pecking Order, que se mostra válida para as cooperativas de crédito. Adicionalmente, a divisão dos períodos em pré e pós-Crise Financeira subprime permitiu identificar que as cooperativas se tornaram mais endividadas no pós-crise.
Kraus, A., & Litzenberger, R. H. (1973). A state-preference model of optimal financial leverage. The Journal of Finance, 28(4), 911-922. doi: 10.2307/2978343 Myers, S. C. (1984). The capital structure puzzle. The Journal of Finance, 39(3), 575-592. doi: 10.1111/j.1540-6261.1984.tb03646.x Oliveira, L. F. (2018). Determinantes da estrutura de capital de bancos e cooperativas de crédito brasileiras. (Dissertação de Mestrado). Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Porto Alegre, RS, Brasil.