Resumo

Os movimentos migratórios estão cada vez mais intensos, bem como são crescentes os motivos que desencadeiam migrações forçadas e, com isso, um gradativo aumento de refugiados. Os refugiados possuem necessidades que contornam sua jornada desde a motivação para a saída do seu país de origem até seu retorno ou efetiva integração no país de asilo (CHUAH et al. 2018). Dentre essas necessidades, muitas são satisfeitas a partir de relações de consumo, que impactam diretamente o seu bem-estar. Na ausência desses estudos, encontra-se a lacuna teórica aqui explorada.

Analisar como o consumo contribui para a minimização da vulnerabilidade e promoção do bem-estar dos refugiados venezuelanos residentes em João Pessoa.

As discussões teóricas são realizadas em torno de três temáticas: Macromarketing e sistemas de marketing Bem-estar Refugiados: vulnerabilidade e bem-estar

Abordagem qualitativa, quanto aos fins, descritiva (SAMPIERE et al., 2006). Faz uso das técnicas e métodos de entrevistas, observação não-participante e história oral temática para coletar dados com dois grupos de sujeitos: refugiados residentes em João Pessoa assistidos por ONGs e OSCs e mediadores que trabalham ou são voluntários nessas organizações. A análise dos dados empregada foi análise de conteúdo (FLICK, 2009).

O presente artigo explora a dimensão geral do bem-estar na perspectiva do macromaketing e no contexto do refúgio, considerando que há aspectos de bem-estar hedônico, eudaimônico e social nas vivências relatadas pelos refugiados. Com a coleta de dados, encontrou-se o bem-estar relacionado à habitação, ao consumo de alimentos e ao consumo de outros bens.

Para que o migrante alcance o bem-estar geral, é necessário que ele esteja integrado na sociedade. Essa integração é consequência de uma série de ações realizadas por organizações, empresas e sociedade. A atuação sistêmica, portanto, é imprescindível para a obtenção de bons resultados quanto a causa do refúgio, sendo responsabilidade especialmente do poder público, criar mecanismos para que essas pessoas possam se reestabelecer e se desenvolver enquanto reassentadas.

ACNUR. Interiorização beneficia mais de 50 mil refugiados e migrantes da Venezuela no Brasil. 2021a. Disponível em: encurtador.com.br/bgKW5. Acesso em: 07 maio 2021. AL-SAYED, L.; BIELING, C. Food-related well-being in times of crisis: Conceptual considerations and empirical findings for Syrian refugees in Germany. Journal of Migration and Health, v. 1, p. 100005, 2020. SHULTZ, C. et al. The global refugee crisis: pathway for a more humanitarian solution. Journal of Macromarketing, v. 40, n. 1, p. 128-143, 2020.