Resumo

Título do Artigo

Por uma Abordagem Crítica das Políticas e Práticas de Gestão de Pessoas: Direitos Humanos importam?
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Direitos Humanos
Gestão de Pessoas
abordagem crítica

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Estudos Críticos em Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - Rodolfo Ferreira Maritan
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - EAESP - FGV
2 - CINTIA RODRIGUES DE OLIVEIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN

Reumo

Este artigo aborda os direitos humanos no âmbito das relações de trabalho, considerando a recorrência de denúncias sobre violações, no âmbito das organizações, principalmente, das corporações, um tipo de organização de negócios com forte autoridade política e econômica. A pesquisa integra o campo emergente dos estudos críticos da área de desenvolvimento de recursos humanos, que desafia as pressuposições de que políticas e práticas de recursos humanos para subjugar o trabalhador em prol dos resultados corporativos.
Observando-se a preferência da literatura pelas liberdades civis e o histórico de violações de direitos econômicos sociais e culturais, torna-se relevante compreender como a aplicação dos Direitos Humanos nas políticas e práticas de gestão de pessoas, uma vez que pouco se sabe sobre como o termo é interpretado no mundo corporativo. Nesse contexto, nosso objetivo com esta pesquisa é analisar as denúncias de violações dos direitos humanos cometidas por corporações, no âmbito das relações de trabalho
As bases da construção do campo Negócios e Direitos Humanos estão assentadas nos diversos relatos de abusos de direitos praticados por organizações (Kemp & Vanclay, 2013; Wettstein, 2010; Wettstein et al., 2019). Apesar de NDH ter recebido maior atenção após os documentos de 2008 da ONU, Wettstein et al. (2019) afirmam que o termo Negócios e Direitos Humanos (NDH) surgiu em meados dos anos 1990, após as denúncias de violações de Direitos Humanos operadas por organizações transnacionais no continente africano.
A abordagem desta pesquisa é qualitativa, combinando materiais diversos para análise, como elementos visuais, textos e vídeos com o propósito de alcançar uma interpretação mais ampla do objeto de estudo. A seleção do material empírico a ser considerado na pesquisa, com o fim de reduzir o seu volume sem que isto prejudicasse a análise do corpus, ocorreu de maneira arbitrária, não tanto por conveniências, mas, sim, por ser inevitável. O corpus foi submetido á análise temática.
A análise temática de acordo com os temas das denúncias identificou duas categorias: trabalho que mata e trabalho vigiado (perseguições de trabalhadores sindicalizados; trabalho em condições precárias; tráfico e trabalho infantil; contaminação ambiental e de trabalhadores por pesticidas) apontou padrões quanto às denúncias de violações contra os Direitos Humanos de empresas multinacionais, levando à reflexão sobre o modo como a globalização consolidou a influência e presença das multinacionais em diversas localidades.
O objetivo desta pesquisa consistiu em analisar as denúncias de violações dos direitos humanos cometidas por corporações, no âmbito das relações de trabalho. Os resultados reafirmam os desafios quanto ao respeito aos direitos humanos no âmbito corporativo e, ainda, sugerem que a aproximação da temática dos Direitos Humanos no campo dos negócios, principalmente no tocante à área de Gestão de Pessoas, não só é possível como também é necessária, visto que comportamentos como má conduta corporativa, cerceamento de direitos.
Kobrin, S. J. (2009). Private Political Authority and Public Responsibility: Transnational Politics, Transnational Firms, and Human Rights. Business Ethics Quarterly, 19(3), 349–374. , A. (2015). Corporate Social Responsibility Versus Business and Human Rights: Bridging the Gap Between Responsibility and Accountability. Journal of Human Rights, 14(2), 237–259. Ruggie, J. G. (2007). Business and Human Rights: The Evolving International Agenda. American Hournal of International Law, (June). Ruggie, J. G. (2014). Global governance and “New governance theory”: Global Governance, 20(1), 5–17.