Resumo

Título do Artigo

A GESTÃO ORDINÁRIA NO AGRESTE PERNAMBUCANO DAS CONFECÇÕES: UM OLHAR A PARTIR DO COTIDIANO DAS MULHERES PROPRIETÁRIAS DE NEGÓCIO EM UM CENTRO DE COMPRAS
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Palavras Chave

Gênero
Gestão ordinária
Agreste pernambucano de confecções

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Denise Clementino de Souza
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Programa de Pós-Graduação em Gestão, Inovação e Consumo (PPGIC). Centro Acadêmico do Agreste.
2 - Jéssica Pereira da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - CARUARU

Reumo

A gestão ordinária abarca o cotidiano do pequeno negociante, suas relações sociais firmadas, forma de organizar, estratégias de sobrevivência etc. Observamos essa realidade no contexto do agreste pernambucano de confecções, cujos empreendimentos são oriundos das feiras de rua. É também nesse espaço que as mulheres constroem suas histórias, enfrentando a dura realidade de gerir seus negócios cercadas das relações patriarcais, divisão sexual do trabalho e discriminação de gênero. Em contraste, é nesse ambiente que reafirmam sua força e persistência na busca pela subsistência e igualdade.
A pesquisa visa analisar as dinâmicas de gestão ordinária desenvolvidas pelas mulheres que possuem negócios de confecção em um centro de compras no agreste pernambucano.
O embasamento teórico considerou as características e fundamentações da gestão ordinária (CARRIERI; PERDIGÃO; AGUIAR, 2014), da divisão sexual do trabalho (HIRATA; KERGOAT, 2007) e do cotidiano das mulheres atuantes nos negócios de confecções do agreste pernambucano (MILANÊS 2015; SOUZA, et al., 2020).
Este estudo tem caráter descritivo e natureza qualitativa (MINAYO, 2002). Os dados foram coletados, por meio de entrevistas semiestruturadas e realizadas por telefone com 10 mulheres que possuem negócios em um centro de compras no agreste pernambucano. Foi realizada a análise de conteúdo (BARDIN, 2000) para discussão dos achados.
As mulheres entrevistadas tem uma média de tempo de estudo maior que as dos homens que atuam na confecção, mesmo enfrentando a dupla jornada de trabalho iniciada durante infância. Sua atuação nos negócios da confecção permitiu sua emancipação econômica e garantiu um sentimento de satisfação pessoal. Organizam seus negócios por conta própria, de maneira informal e costumeira, características marcantes da gestão ordinária. Utilizam estratégias de gestão diversas e diferentes do mainstream em seu dia a dia. Enfrentam a divisão sexual do trabalho e patriarcalismo nas relações sociais locais.
As proprietárias administram seus negócios de modo próprio a partir de um saber adquirido na prática, sem ferramentas de gestão consolidadas, mas que são efetivas em conseguir resultado a partir de um modo ordinário próprio de gerir seus negócios, herança de uma lógica de feira muito presente na região. Ainda existem muitas lutas a serem vencidas por essas mulheres agestinas, como a erradicação da divisão sexual do trabalho e do patriarcalismo nas relações sociais locais.
CARRIERI, A. P., PERDIGÃO, D. A., E AGUIAR, A. R. C. A gestão ordinária dos pequenos negócios: outro olhar sobre a gestão em estudos organizacionais. Revista de Administração, 49(4), 2014. HIRATA, H. KERGOAT, D. Novas Configurações da Divisão Sexual do Trabalho. Cadernos de Pesquisa, 37(132), 2007. SOUZA, D. C; MARTINS, T. L. D.; PAIVA, R. D. S.; SÁ, M. G. Caracterização do Público Lojista de um Centro de Compras no Agreste das Confecções: Tendências Disposicionais e Tensões Administrativas. Organizações & Sociedade (ONLINE), 27, 2020.