O artigo tem como objetivo investigar a Economia Solidária como alternativa de impacto socioeconômico e ambiental em famílias de baixa renda.A metodologia utilizada foi de abordagem qualitativa, com o método de estudo de casos múltiplos. Os resultados indicaram como pontos negativos a ausência de parcerias, de políticas públicas e de capacitação dos empreendimentos e indivíduos inseridos nesta modalidade.A possibilidade de uma renda complementar, o convívio social e o exercício da cidadania por meio de uma produção sustentável foram considerados fatores positivos para o exercício da profissão.
Os estudos sobre a Economia Solidária apresentam diversos fatores que contribuem para a inclusão social e econômica das famílias localizadas no segmento de baixa renda. Pelo exposto, dada a crescente importância do segmento informal para a geração de trabalho e renda em todo o mundo e a importância da Economia Solidária nesse contexto, o presente trabalho pretende dar um importante passo para a compreensão dos possíveis impactos socioeconômicos e ambientais dessa vertente da economia na vida das famílias situadas no segmento de baixa renda.
A Economia Solidária é apresentada como alternativa ao sistema capitalista, trazendo consigo a prática de princípios e valores coletivos e mais igualitários para organizações, quanto à sua gestão, sua produção e comercialização. Uma economia coletiva, baseada na solidariedade, democracia, comércio justo e solidário, consumo consciente, cooperação, valorização do ser humano e coletivismo, como afirmado por França Filho e Laville citados por Martins e Toledo (2016).
A pesquisa é de abordagem qualitativa, descritiva e utiliza-se do método de estudo de casos múltiplos, compreendendo quatro EES localizados na cidade de Betim/MG, buscando identificar e analisar quais os impactos da Economia Solidária na inclusão socioeconômica e ambiental de famílias da população de baixa renda. A seleção das unidades de observação foi efetuada de maneira intencional e não probabilística, optando-se por entrevistas semiestruturadas, de caráter individual e em profundidade. Para a análise de dados, seguiu-se o método de análise de conteúdo proposto por Bardin (2006).
Os empreendimentos são, em sua totalidade, idealizados e coordenados por mulheres de baixa renda, com poucos ou nenhum auxiliar, com escolaridade entre o Ensino Fundamental até o Superior. Tratam-se de mulheres que possuem algum tipo de vínculo conjugal, com filhos e que buscam alternar entre as atividades intrafamiliares e um trabalho fora de casa, através da atuação na Economia Solidária. Ressalta-se, também, que a opção pela formalidade não é uma premissa nos casos estudados e que tais empreendimentos não são a única fonte de renda das respondentes da pesquisa.
Conclui-se que a Economia Solidária se trata de uma forma alternativa de economia que permite à população de baixa renda, especialmente o público feminino, complemento à renda das famílias e proporciona uma consequente melhoria da qualidade de vida, reforçando ações de inclusão social. verifica-se que a Economia Solidária se apresenta na prática dos empreendedores pertencente ao FOMESB, como uma alternativa para a subsistência das famílias ali inseridas, não apenas do ponto de vista econômico, mas também social e ambiental.
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