Resumo

A democratização do ensino deve ser entendida sob dois aspectos: como política de extensão de oportunidades educativas para todos, e como prática pedagógica pautada na liberdade dos estudantes. Assim, se torna importante ponderar que os diversos discursos que envolvem a educação veiculam valores e metas que orientam as ações (AZANHA, 2004). Esse desafio remete à necessidade de planejamento, pois, é preciso romper com a tradição normativa e tecnocrática e assumir um planejamento estratégico, democrático e dinâmico da educação.

A educação, e a EaD em particular, constitui-se por quatro elementos básicos fundamentais: os processos de gestão, as atividades de docência, os estudos dos discentes e as estratégias de mediação tecnológica. Nesse sentido, para a implementação de um sistema de EaD, é necessária a formulação de uma proposta pedagógica, com diretrizes e princípios institucionais e governamentais. O que nos levou ao objetivo desse artigo, de identificar e analisar os elementos fundamentais da gestão de polos de apoio presenciais vinculados a educação superior à distância, no contexto do Programa UAB.

O coordenador do polo, é o profissional que atua com o objetivo de administrar, zelar por sua infraestrutura física e dar suporte às atividades de ensino, no acolhimento e manutenção dos alunos, assegurar o bom funcionamento do polo e manter diálogo com o mantenedor (CAPES, 2018). Já os núcleos de ensino à distância precisam focar nos aspectos legais, pedagógicos, administrativos, operacionais e no público que será atendido. Sob esse aspecto, é importante adotar uma gestão que atenda aos objetivos da EaD de forma eficiente (MILL; BRITO, 2017).

Este estudo foi conduzido por uma abordagem qualitativa-descritiva, buscou compreender as percepções dos sujeitos pesquisados e estabelecer uma conexão entre o construto teórico, o método utilizado na pesquisa e os resultados encontrados. Os dados foram coletados por pesquisa documental e 15 entrevistas semiestruturadas realizadas com os coordenadores de polos que atuam na gestão pedagógica e de materiais para o desenvolvimento dos cursos em sua comunidade acadêmica. Para análise, foi utilizada a análise de conteúdo, que permitiu referenciar as respostas reunidas em três categorias temáticas.

Seguidas as três etapas previstas por Bardin (2011), os dados analisados chegaram a três categorias temáticas, que representam os eixos centrais da discussão proposta nesse artigo: 1) A democratização do ensino superior por meio da presença de polos de apoio presenciais, 2) Vivências na gestão: conduzindo multitarefas e mediando conflitos e 3) Vivências pedagógicas: lutando pela permanência e êxito do aluno.

Em resposta ao objetivo proposto neste artigo, percebe-se que os principais desafios da gestão do polo estão vinculados ao papel de mediador do coordenador junto à sua equipe e parceiros, para a manutenção do polo, no desenvolvimento das atividades pedagógicas, na gestão de recursos e no planejamento das atividades. De modo geral, a atuação do gestor inclui o planejamento, administração e organização, e se caracteriza pela multiplicidade de tarefas cotidianas, para além das suas atribuições, a fim de implementar e alcançar os objetivos do programa UAB

CAPES. Polos UAB. 2018. Disponível em: http://www.capes.gov.br/pt/uab/polos-uab. Acesso em 20 out. 2018. CAPES. Sistema de Disseminação de Informações. 2019. Disponível em: http://sdi.capes.gov.br/sisuab2. Acesso em 15 abr. 2019. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. Goiânia: Alternativa, 2004. MILL, Daniel; BRITO, Nara. Gestão pedagógica em Educação a Distância. São Carlos: Pixel, 2017. SOBRINHO, José Dias. Universidade em tempos de precarização e incertezas. Avaliação. Campinas; Sorocaba, SP, v. 23, n. 3, p. 736-753, nov. 2018.