Resumo

Título do Artigo

Para além de ganhos econômicos: Os antecedentes da criação de valor ecológico em ecoempreendimentos
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Palavras Chave

Ecoempreendedorismo
Perspectivas Ecoempreendedoras
Criação de Valor Ecológico

Área

Empreendedorismo

Tema

Empreendedorismo Social

Autores

Nome
1 - Nágela Bianca do Prado
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA)
2 - Gustavo Hermínio Salati Marcondes de Moraes
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA-UNICAMP)

Reumo

A ascensão das discussões acerca dos problemas ambientais tem se expandido em escala global em diferentes segmentos, inclusive no tocante ao empreendedorismo, devido ao aumento das demandas oriundas de uma nova tendência de comportamento de compra caracterizada por uma maior percepção e preocupação com questões ambientais³. Assim, o ecoempreendedorismo tem emergido com a proposta de unir ganhos econômicos com criação de valor ecológico, isto é, abastecimento e conservação dos ativos naturais contribuindo com a manutenção da biodiversidade e com a qualidade de vida da sociedade em geral¹.
Embora haja ascensão da preocupação com relação à sustentabilidade ambiental, o campo teórico do ecoempreendedorismo e da criação de valor ecológico ainda possui lacunas¹. Portanto, este estudo teve como objetivo analisar em qual medida os antecedentes propostos impactam efetivamente na criação de valor ecológico em ecoempreendimentos participantes do Projeto Conexão Mata Atlântica, ao considerar a análise dos efeitos da empatia, da obrigação moral, da autoeficácia ecoempreendedora, da percepção de suporte social e do engajamento ambiental dos ecoempreendedores.
O ecoempreendedorismo surgiu na literatura em meados dos anos 1990, em meio a um contexto de competitividade ambiental¹. Ao longo dos anos, o ecoempreendedor passou a ser visto como força motriz para mudança do paradigma capitalista a um modo de produção sustentável¹. Neste sentido, diversas teorias tentam compreender o comportamento desses empreendedores que os conduzem a gerir negócios capazes de criar valor ecológico e econômico simultaneamente. Exemplos de preditores antecessores de comportamentos é a empatia, obrigação moral, autoeficácia, percepção de suporte e o engajamento ambiental.
O modelo conceitual deste estudo foi adaptado de Hockerts (2017). Com um objetivo explicativo, natureza aplicada e abordagem quantitativa, realizou-se um levantamento primário de dados a campo por meio de um questionário com escala do tipo Likert. O objeto de estudo envolveu ecoempreendedores participantes do Projeto Conexão Mata Atlântica. A partir de 130 observações, aplicou-se a técnica da Modelagem de Equações Estruturais por Mínimos Quadrados Parciais. Realizou-se, ademais, a validação da amostra e das medidas incluídas no modelo conceitual por meio da Análise Fatorial Confirmatória.
A análise dos resultados contou, a princípio, com a estatística descritiva dos participantes. Identificou-se um perfil predominado por homens com idade média de 56 anos. Já a análise empírica foi dividida em duas etapas: avaliação do modelo de mensuração e avaliação do modelo estrutural. No modelo de mensuração observou-se a validade convergente, a validade discriminante e a confiabilidade. Já no modelo estrutural analisou-se a colinearidade, os coeficientes estruturais e de determinação, e a relevância preditiva dos construtos pela técnica bootstrapping. Duas hipóteses foram rejeitadas.
O estudo confirmou que ecoempreendedores que detêm de percepção de suporte social, engajamento ambiental e principalmente características de autoeficácia ecoempreendedora têm influência positiva na criação de valor ecológico, variável que teve um poder de explicação de 54,7%. Rejeitou-se a hipótese de que a empatia e a obrigação moral são preditores antecedentes à criação de valor ecológico. Com base na literatura foi possível detectar que empreendedores de base sustentável possuem características comuns², dado que o modelo conceitual de pesquisa foi adaptado do empreendedorismo social.
¹ GUNAWAN, A. A.; VAN RIEL, A.; ESSERS, C. What drives ecopreneurship in women and men? A structured literature review. Journal Of Cleaner Production, [S.L.], v. 280, p. 124336-124348, jan. 2021. ² HOCKERTS, K. Determinants of social entrepreneurial intentions. Entrepreneurship Theory And Practice, [S.L.], v. 41, n. 1, p. 105-130, jan. 2017. ³ KAUTISH, P.; PAUL, J.; SHARMA, R. The moderating influence of environmental consciousness and recycling intentions on green purchase behavior. Journal Of Cleaner Production, [S.L.], v. 228, p. 1425-1436, ago. 2019.