Resumo

Título do Artigo

PRÁTICAS CONTÁBEIS DISCRICIONÁRIAS E OS HONORÁRIOS DOS AUDITO-RES INDEPENDENTES BRASILEIROS
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Palavras Chave

Práticas Discricionárias
Honorários de auditoria
IFRS.

Área

Finanças

Tema

Governança Corporativa, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Priscila Monique Freires dos Santos
Centro Universitário Christus - Unichristus - Dionísio Torres
2 - LORENA COSTA DE OLIVEIRA MELLO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
3 - PAOLO GIUSEPPE LIMA DE ARAÚJO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - Centro de Estudos Sociais Aplicados - UECE

Reumo

As mudanças trazidas pela IFRS buscam aprimorar a qualidade da informação contábil, tendo como foco principal a sua utilidade para a tomada de decisão dos stakeholders. Para atender esse objetivo, esse moderno padrão contábil trouxe novo conceito de normativos baseados em princípios gerais que devem nortear o contador e o auditor em seu julgamento profissional sobre a melhor forma de reconhecer, classificar, mensurar e divulgar cada evento. Apesar das IFRS trazerem essas orientações, elas permitem certa discricionariedade, quando oferecem mais de uma opção de mensuração dos fatos contábeis.
O presente estudo busca responder ao seguinte problema: Qual a relação entre as práticas contábeis discricionárias e os honorários dos auditores independentes das 100 maiores e melhores empresas por valor de mercado da Revista Exame no ano de 2019? Ademais foram analisadas as médias dos honorários de auditoria pelo volume de discricionariedade.
Yao et al. (2015) argumenta que a adoção das IFRS acarretou um aumento na complexidade e na dificuldade nos procedimentos de trabalho de auditoria externa, em razão do aumento no custo de revisão sobre o valor de estimativas e os custos de litígios, trazendo incerteza e aumentando o risco para o auditor. Dessa maneira, o resultado é a elevação do valor dos honorários e dos esforços do auditor externo para realizar o trabalho.
O presente estudo é caracterizado como uma pesquisa descritiva, quantitativa e documental. A população é composta das 100 maiores e melhores empresas por valor de mercado da Revista Exame no ano de 2019, no período de 2015 a 2019. As variáveis utilizadas no estudo foram estabelecidas com base em pesquisa anterior sobre o tema. Os dados da pesquisa foram coletados nas demonstrações contábeis, nos formulários de referências e nas notas explicativas dos relatórios divulgados das empresas em estudo, e foram analisadas por meio da estatística descritiva e teste de regressão com dados em painel.
Os resultados demonstram que as variáveis discricionariedade (DISC), tamanho da empresa (TAM), risco (RISCO), complexidade (COMPLEX), tipo de firma de auditoria (BIGF), nível de governança corporativa (NGC), lucratividade (LUC), rodízio de auditoria (ROD), e setor econômico (SE) apresentaram resultados, estatisticamente significantes, aos níveis de 5% e 1%. Por outro lado, as variáveis retorno sobre o ativo (ROA) e prejuízo (PREJ) não apresentaram relação significante com os honorários de auditoria (HON).
O resultado evidencia que o volume de discricionariedade, presente nas práticas contábeis, afeta o valor dos honorários de auditoria. O uso das práticas contábeis discricionárias se tornou viável com a flexibilização trazida pelas normas internacionais, que através delas, possibilitaram que as empresas pudessem fornecer informações mais fidedignas à verdadeira situação econômica e financeira das empresas. Entretanto, essas práticas fazem com que o processo de reconhecimento e mensuração das informações contábeis seja mais complexo, exigindo maior esforço e trabalho dos auditores.
HALLAK, R. T. P.; SILVA, A. L. C. Determinantes das despesas com serviços de auditoria e consultoria prestados pelo auditor independente no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças, São Paulo, v. 23, n. 60, p. 223-231, set./out./nov./dez. 2012. NARDI, P. C. C.; ORSI, L. E.; BORGES, V. P.; DA SILVA, R. L. M. Influência de práticas Contábeis discricionárias no honorário de auditoria. Enfoque, v. 37, n. 3, p. 55, 2018. NASER, K.; NUSEIBEH, R. Determinants of audit fees: empirical evidence from an emerg-ing economy. International Journal of Commerce and Management, v. 17, n. 3, p. 239-254, 2007.