Resumo

Título do Artigo

Governança Corporativa e Valor: um estudo sobre a influência do nível de governança sobre os retornos das empresas brasileiras de capital aberto no período pós-crise do subprime
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Palavras Chave

Governança Corporativa
crise financeira subprime
índices de ações

Área

Finanças

Tema

Governança Corporativa, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Rafael Ferreira Schmidt
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Belo Horizonte
2 - Ana Carolina Costa Corrêa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE
3 - Tabajara Pimenta Junior
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA-RP

Reumo

A eclosão da crise do subprime gerou um cenário de incerteza e insegurança no mercado financeiro global, o que pode ter levado investidores a buscarem alocações em empresas que adotam melhores práticas de governança. A presente pesquisa, de caráter quantitativo, busca entender se houve influência dos níveis de governança corporativa nos retornos das ações de empresas de capital aberto brasileiras no período pós-crise do subprime. Foram analisados os retornos, entre 02/01/2009 e 30/12/2019, de três índices de governança corporativa: IGC-NM, IGC e IGT, sendo este último criado neste estudo.
O objetivo principal do estudo foi avaliar a influência dos níveis de governança corporativa no comportamento dos retornos das ações de empresas de capital aberto brasileiras no período pós-crise do subprime. O problema de pesquisa levantado foi: Como o nível de governança corporativa influenciou o retorno das ações de companhias de capital aberto brasileiras no período pós-crise do subprime?
A atual discussão sobre governança corporativa é consequência de trabalhos desenvolvidos a partir de 1930 (BERLE; MEANS, 1932). Jensen e Meckling (1976) estudaram os conflitos de interesses entre gestores e acionistas, com base na teoria da agência. A Governança Corporativa possui um papel essencial como forma de minimizar os custos de agência, alinhando os interesses dos agentes aos do principal. Diversos estudos encontraram relação entre o nível de Governança Corporativa e desempenho econômico da empresa (AMMANN; OESCH; SCHMID, 2010; LIMA et al., 2015; CATAPAN; COLAUTO; BARROS, 2014).
Foram utilizadas cotações diárias de três índices de ações: IGC, IGC-NM e IGT. Os dois primeiros são índices da B3 e o terceiro foi criado neste estudo para representar as empresas de nível tradicional de governança. A partir das cotações foram calculados retornos logarítmicos no período de 02/01/2009 ao dia 30/12/2019. A análise dos dados foi realizada com base nos resultados estatísticos das séries de retornos. Inicialmente foi feita a análise descritiva dos dados, seguida da análise de correlação. Por fim, aplicou-se o teste não paramétrico de Mann-Whitney para diferença de médias.
Foi possível observar que, dentro do período analisado, o índice IGC-NM apresentou os maiores retornos, seguido respectivamente dos índices IGC e IGT. Em relação à volatilidade, observou-se o inverso, ou seja, o IGT demonstrou maior risco. Apesar dos resultados levantarem uma conclusão sobre o comportamento dos índices dentro do período, conforme esperado teoricamente, não é possível afirmar que eles sejam estatisticamente significativos. Portanto, não é garantia de que em outros momentos e cenários os índices apresentarão resultados similares ao que foi observado.
O índice de maior governança (IGC-NM) apresentou o maior retorno médio, enquanto o IGT apresentou o menor. Outro importante fator observado no presente estudo foi o risco, representado pelo desvio-padrão e amplitude dos retornos. O índice IGT apresentou o maior risco, seguido em ordem decrescente pelo IGC e pelo IGC-NM respectivamente. Esses resultados estão em linha com outros trabalhos, como os de Amman, Oesch e Schmid (2011) e Malacrida e Yamamoto (2006). Portanto, empresas com maiores níveis de governança apresentaram a melhor relação risco e retorno no período analisado.
AMMANN, Manuel; OESCH, David; SCHMID, Markus M. Corporate governance and firm value: International evidence. Journal of Empirical Finance, v.18, n.1, p.36-55, 2011. ERKENS, David H.; HUNG, Mingyi; MATOS, Pedro. Corporate governance in the 2007–2008 financial crisis: Evidence from financial institutions worldwide. Journal of Corporate Finance, v.18, n.2, p.389-411, 2012. LAMEIRA, Valdir de Jesus; NESS JR., Walter Lee; MACEDO-SOARES, T. Diana L. van Aduard. Governança corporativa: impactos no valor das companhias abertas brasileiras. Revista de Administração – RAUSP, v.42, n.1, p.64-73, 2007.