Muitas organizações têm elaborado programas de qualidade de vida no trabalho flexíveis com vistas a diminuir a carga de trabalho, mudar o ambiente e otimizar o tempo em que o labor ocorre e equilibrar a vida pessoal e profissional dos empregados. O aprimoramento de tais programas pode gerar diversos benefícios aos funcionários, como o aumento da motivação, do desempenho e da produtividade. Outras consequências positivas incluem a redução da Síndrome de Burnout, do absenteísmo, da rotatividade, melhoria da satisfação no trabalho e aumento do comprometimento organizacional e da produtividade.
Mensurar o impacto da introdução de programas de qualidade de vida no trabalho na satisfação, produtividade e competitividade dos funcionários.
Foi proposto um modelo conceitual com oito hipóteses: a qualidade de vida no trabalho impacta positivamente competitividade (H1) e a satisfação dos funcionários (H2). A satisfação dos funcionários impacta positivamente a competitividade (H3); a qualidade de vida no trabalho impacta positivamente a produtividade no trabalho (H4); satisfação no trabalho impacta positivamente a produtividade dos funcionários (H5): a produtividade impacta positivamente a competitividade (H6); a satisfação no trabalho medeia a relação entre a qualidade de vida no trabalho e a competitividade dos funcionários (H7);
Foi feita uma pesquisa quantitativa com corte transversal e dados primários, abrangendo uma população representada por funcionários de empresas do setor cafeeiro. A amostra final foi de 852 participantes e os dados foram analisados por meio da técnica da modelagem de equações estruturais utilizando o SmartPLS e observando os critérios de 300 subamostras e 10.000 iterações.
Foram suportadas as hipóteses H1, H2, H3, e H7. As demais foram refutadas.
Embora a qualidade de vida no trabalho e a satisfação no trabalho não impactem a produtividade dos funcionários de empresas do setor cafeeiro, ambas impactam a competitividade deles. Desta forma, há evidências de que, no setor cafeeiro, a competitividade dos funcionários é mais relevante do que a produtividade. Esses resultados são relevantes para esse setor que, globalmente, tem sofrido os efeitos socioeconômicos da pandemia do Covid-19 em função da redução da força de trabalho decorrente das políticas de lockdown e de limitação de entrada em diversos países.
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