Resumo

Título do Artigo

EMPREENDEDORISMO CULTURAL NUMA COMUNIDADE QUILOMBOLA PRODUTORA DE ARTESANATO
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Palavras Chave

Empreendedorismo Cultural
Redes sociais
Artesanato

Área

Empreendedorismo

Tema

Microempreendedor, Empreendedorismo Regional e Empreendedorismo Corporativo.

Autores

Nome
1 - Girlânio Vidal de Lima
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - PROPAD - Recife
2 - Fernando Gomes de Paiva Júnior
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Departamento de Ciências Administrativas
3 - Hannah Miranda Morais
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - RECIFE - PROPAD

Reumo

O setor de artesanato desempenha um papel vital na geração de renda e emprego e é reconhecido mundialmente como uma ferramenta para a redução da pobreza. O artesanato se apresenta também como um meio de preservação e promoção das tradições culturais e artísticas, visto que várias técnicas e aptidões do artesanato tradicional são transmitidas de geração em geração (GROBAR, 2017), mas, vem perdendo, no entanto, seu lugar na sociedade, enquanto os produtos industriais florescem, devido a sua superioridade na durabilidade dos materiais e seus preços mais baixos (LEESUWAN, 2010; BARRÈRE, 2016).
Dessa maneira, este estudo buscou responder a seguinte questão de pesquisa: Como os artesãos articulam sociabilidades a fim de dar substrato às suas ações empreendedoras culturais? Para isso, foi selecionada a comunidade quilombola de Conceição das Crioulas, em Salgueiro-PE como lócus desse estudo, em virtude da sua produção artesanal que é permeada por subjetividades, que tem o objetivo de enaltecer os traços identitários e contar a história do seu povo, bem como buscar sua sustentabilidade econômica (SOUZA, 2013).
Há uma falta de consenso, no entanto, sobre como definir o empreendedorismo cultural, mas a maioria das definições se concentra na maneira como os indivíduos, organizações e empresas lançam empreendimentos com foco em atividades criativas (RATTEN; FERREIRA, 2017). Nesse sentido, o empreendedorismo cultural pode ser definido como a atividade específica de negócios culturais e a introdução no mercado de produtos e serviços culturais e criativos que englobam um valor cultural com potencial para gerar receitas financeiras (DOBREVA; IVANOV, 2020).
Este estudo se caracteriza como de natureza qualitativa, na qual se reconhece uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, ou seja, um vínculo indissociável entre a subjetividade do sujeito e o mundo objetivo que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e atribuição de significados são premissas básicas na pesquisa qualitativa. A estratégia de pesquisa selecionada foi a de estudo de caso, pois permite a análise aprofundada de um fenômeno, situação ou problema (STAKE, 2009).
Para a compreensão do modo como a ação empreendedora cultural demarcada pela linguagem do artesanato e desenvolvida no âmbito da comunidade de Conceição das Crioulas, foi desenhada uma teia de relações sociais para dar subsídio à produção e comercialização dos produtos. A articulação entre os atores e processos que compuseram a rede foi essencial para a ação bem-sucedida do empreendedorismo na produção artesanal da comunidade.
O estudo evidenciou que a ação empreendedora cultural no artesanato apresentou-se como um processo permeado por sociabilidades. O resgaste e ressignificação do artesanato se deu numa teia de relações profícuas, entre atores diversos, que potencializaram o bem cultural.
ALDRICH, H.; ZIMMER, C. Entrepreneurship through Social Networks. In: Sexton, D.L., et al. (Eds.). The Art and Science of Entrepreneurship. Cambridge: Ballinger Publishing Co., 1986; pp. 3-23. CASTELLS, M. A Sociedade em rede. 21ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 2020. COULSON, S. Collaborating in a competitive world: Musicians' working lives and understandings of entrepreneurship. Work, Employment and Society, 26(2), 246-261. doi: 10.1177/0950017011432919, 2012.