Resumo

Título do Artigo

Governança Corporativa em Cooperativas de Crédito e a Resolução 4.434/2015
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Palavras Chave

cooperativas de crédito
governança corporativa
crise financeira

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Governança Corporativa

Autores

Nome
1 - Walter Eclache da Silva
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - PPGA
2 - Claudio Antonio Pinheiro Machado Filho
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração

Reumo

A Governança Corporativa é largamente pesquisada em empresas privadas com fins lucrativos e em organizações do terceiro setor. Especificamente, em cooperativas financeiras, a discussão de Governança Corporativa está no estágio dos estudos de conflitos de agência que remonta às primeiras incursões no assunto que emergiram Jensen. No Brasil, há discussões sobre a adoção e resultados nas cooperativas de crédito após a implantação da Resolução 4434/2015.
Investigação sobre o comportamento dos indicadores de performance financeira nas cooperativas de crédito antes e após 2015 – de forma a verificar se a adoção de práticas de Governança Corporativa trouxe diferenças significantes.
Apesar de mecanismos de Governança Corporativa serem amplamente divulgados e incentivados nas cooperativas de crédito, a relação entre Agente e Principal pode ter seus conflitos minimizados com estratégias específicas, devido à natureza social das cooperativas; pois a ênfase é na associação de pessoas e não de capital, o que desloca o enfoque da maximização de valor financeiro para a maximização de benefícios sociais e econômicos. Um aspecto bastante peculiar em cooperativas no Brasil é que o relacionamento dos cooperados se dá muito mais por contratos informais.
A base de dados obtida no site do Banco Central do Brasil foi construída com os balancetes referentes a dezembro de 1995 a dezembro 2018. Foram selecionadas as contas necessárias para o cálculo das variáveis dependentes (ROA e ROE) e as dummies para os testes de diferença-em-diferenças. A amostra final para análise resultou em 33.840 observações empresas-ano. As variáveis passaram pelo processo de winsorization em 2%.
Os testes mostraram que a rentabilidade dos bancos está acima da rentabilidade das cooperativas de crédito. No entanto, houve variação maior nas cooperativas de crédito após a implantação da resolução do que houve nos bancos. Não é possível estabelecer uma relação causal entre as rentabilidades maiores a partir de 2015 e a implantação de processos de Governança Corporativa. No entanto, é possível verificar que a maior significância de variação das rentabilidades das cooperativas superiores aos bancos se deu na análise da Resolução 4.434. Nas crises de 2003, 2008 e 2016.
O BCB, após pesquisas e intensas discussões, na publicação da Resolução 4.434, insere um marco de regulação e interferência das cooperativas de crédito em 2015. Embora seja recente essa exigência, verificou-se que do ponto de vista da rentabilidade financeira (ROA e ROE) as cooperativas de crédito mantiveram sua característica de crescimento, antes e após essa resolução, ainda que a taxa média estivesse abaixo da taxa dos bancos – que está em linha com estudos semelhantes.
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