Resumo

Título do Artigo

Evidências empíricas sobre estereótipos positivos e negativos de trabalhadores mais velhos
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Palavras Chave

Estereótipo
Estereótipo de idade
Trabalhador mais velho

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Werenna Fernnanda Garcia Batista
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - São Paulo
2 - DARCY MITIKO MORI HANASHIRO
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Centro de Ciências Socias e Aplicadas - PPGA

Reumo

Em meio as projeções demográficas que denotam o envelhecimento da população, o debate sobre estereótipos de idade torna-se imperativo. Estudos relatam que estereótipos têm um papel importante na empregabilidade das pessoas mais velhas (TUREK; HENKENS, 2020), assim como afetam o desempenho destes trabalhadores, ao tomarem ciência dos estereótipos atribuídos a eles (KING; BRYANT, 2017). Os estereótipos, portanto, afetam tanto trabalhadores mais velhos quanto as organizações, revelando sua importância para a gestão.
Apesar da relevância do tema, pouco se conhece sobre os estereótipos em relação aos trabalhadores no Brasil. Levantamento bibliográfico realizado concluiu que pesquisas sobre estereótipo em relação a trabalhadores mais velhos no ambiente organizacional são escassos, logo, é um tema relevante a ser explorado em vista da crescente longevidade laboral .Este estudo tem como objetivo identificar os estereótipos direcionados aos trabalhadores mais velhos (acima de 50 anos).
Marcus, Fritzsche e Reeves (2016) os estereótipos em relação ao trabalhador mais velhos centram-se em três grandes dimensões, duas destas advêm do modelo universal da cognição humana de Fisk et al.(2002): competência e afetuosidade; além de uma dimensão especifica destinada ao grupo dos trabalhadores mais velhos: a adaptabilidade. As dimensões competência e adaptabilidade são consideradas negativas em relação ao trabalhador mais velho, e a dimensão afetuosidade é considerada positiva. Estes estereótipos apontam um prejuízo nas politicas organizacionais em prol dos mais velhos (Jones et al.2017
O presente estudo utilizou a escala Work-related age-based stereotypes (WAS) desenvolvida por Marcus et al. (2016). A escala WAS foi aplicada pela primeira vez no Brasil nesta pesquisa. De forma que foi realizado um processo de validação constituído de dois estudos. Partindo da validação semântica, contando com 27 respondentes, posteriormente aplicada a uma amostra de 150 respondentes, em um pré-teste, e finalmente com uma amostra final de 424 respostas validas. Na amostra final, realizou-se a avaliação do modelo de mensuração e testes T e Anova.
Os resultados da amostra final apontam validade convergente e discriminante, assim como confiabilidade composta, na WAS-P, adaptada ao contexto brasileiro. Os resultados abrem espaço para o debate dos estereótipos de idade em relação ao trabalhador mais velho. Sob a perspectiva das diferenças estatísticas entre as variáveis sociodemográficas, foi possível observar diferenças entre o sexo, raça e faixa etária, no que tange estereótipos negativos, tal resultado ainda não havia sido identificado em pesquisas anteriores.
O impacto dos estereótipos nas organizações é relevante, em especial para o grupo de trabalhadores mais velhos. Turek e Henkens (2020) apontam que os estereótipos afetam a empregabilidade dos trabalhadores mais velhos. Diante das mudanças demográficas da população brasileira (IBGE, 2019) observar este fenômeno é imperativo para a manutenção da população por mais tempo no mercado de trabalho. Esta pesquisa buscou mensurar a presença dos estereótipos em relação ao trabalhador mais velho no contexto brasileiro. Os resultados indicam que a WAS-P pode ser aplicada no Brasil.
FISKE, S., CUDDY, A. GLICK, P.& XU, J. A Model of (Often Mixed) Stereotype Content: Competence and Warmth Respectively Follow From Perceived Status and Competition. Journal of Personality and Social Psychology, 82 (6), 878–902, 2002. MARCUS, J.;FRITZSCHE,B ,L.E,H;REEVES, M. "Validation of the work-related age-based stereotypes (WAS) scale", Journal of Managerial Psychology, 31(5), 989–1004, 2016. TUREK, K.; HENKENS, K. How Skill Requirements Affect the Likelihood of Recruitment of Older Workers in Poland: The Indirect Role of Age Stereotypes. Work, Employment and Society, 34(4), 550–570, 2