Resumo

Título do Artigo

Há Gestão de Pessoas na Economia Gig? Uma pesquisa sobre a perspectiva de motoristas de aplicativos
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Práticas de gestão de pessoas
Economia Gig
Trabalho por aplicativos

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Temas Emergentes e Modismos em Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - Giselle Cavalcante Queiroz
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - FEA
2 - Ana Carolina de Aguiar Rodrigues
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração

Reumo

As organizações-plataformas enfrentam um paradoxo quanto à gestão de pessoas. Ao mesmo tempo que concebem e implementam atividades de gestão de pessoas, tentam evitar o estabelecimento de relações de emprego com trabalhadores gig (Meijerink & Keegan, 2019). A gestão de pessoas está sendo desafiada a pensar seu papel em um mundo em que as responsabilidades, até então das organizações, é repassada para os trabalhadores. Esse contexto dá conta que pouco se sabe sobre as implicações da economia gig para a teoria e prática da gestão de recursos humanos.
Nessa perspectiva, esse artigo tem o objetivo de entender como a Gestão de Pessoas se estrutura na Economia Gig. Este artigo começa com a apresentação da problemática da gestão de pessoas na economia gig nessa introdução e segue por apresentar alguns conceitos centrais.
As atividades de RH são conceitualizadas como o meio de gerir e manter a relação de emprego entre empregado e empregador (Noe, Hollenbeck, Gerhart & Wright, 2016). Porém, isso é um paradoxo na economia gig, pois ao mesmo tempo que as empresas-plataforma não se apresentam como empregadoras desses trabalhadores, exercem um controle considerável sobre eles em termos de tempo e local de trabalho, ritmo de trabalho, qualidade de trabalho e comportamento durante a realização das atividades, por meio de instrumentos de gestão (Meijerink & Keegan, 2019).
Pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva. Entrevistas com 30 motoristas de aplicativos, 18 entrevistados em São Paulo – SP e 12 em Fortaleza – CE. As entrevistas foram realizadas entre quatro de novembro de 2019 a treze de fevereiro de 2020. Como método de análise dos dados qualitativos, foi utilizada a Análise Temática. Após a transcrição e leitura das entrevistas, iniciou-se o processo de codificação inicial, linha a linha. Os códigos eram comparados e agrupados pelas suas semelhanças e contradições.
Os resultados evidenciaram oitos categorias: as razões para entrada, requisitos para entrada, processos de adaptação, integração, remuneração, suporte ao trabalho, avaliação do cliente, relação com o cliente, sentimento de retirada do app e permanência do app. Os resultados indicam configurações diferentes da gestão de pessoas na economia gig, do que tradicionalmente se tem no trabalho formal.
Este artigo buscou entender como a Gestão de Pessoas se estrutura na Economia Gig. As práticas de gestão de pessoas acabam por ser terceirizada a vários atores que, informalmente, participam da economia gig. Os resultados se limitam à realidade investigada, não podendo ser generalizadas. O presente estudo se restringiu à percepção dos trabalhadores, não tendo acesso às organizações. Sugere-se para estudos futuros mais estudos qualitativos e quantitativos sobre as práticas de gestão, na perspectiva também das organizações-plataforma.
Meijerink, J., & Keegan, A. (2019). Conceptualizing human resource management in the gig economy: Toward a platform ecosystem perspective. Journal of Managerial Psychology, 34(4), 214–232. https://doi.org/10.1108/JMP-07-2018-0277 Noe, R. A., Hollenbeck, J. R., Gerhart, B., & Wright, P. M. (2016). Human Resource Management Human Resource Management resource management lead. In International Journal of Transformations in Business Management.