Resumo

A globalização e os avanços da tecnologia da informação têm tornado o ambiente cada vez mais competitivo e as organizações têm buscado diferenciar-se das demais, não se limitando a ativos convencionais como recursos e capital. Para isso, têm-se utilizado de fatores emergentes que acompanham o desenvolvimento acelerado de mercado, como os intangíveis. Estes correspondem às marcas, patentes, concessões públicas e capital intelectual, por exemplo, são ativos singulares, cujas características únicas permitem a diferenciação entre empresas e a obtenção de vantagens competitivas (PEREZ; FAMÁ, 2006).

Diante disso, surge o seguinte problema de pesquisa: Qual o nível de evidenciação dos ativos intangíveis pelas empresas do segmento do agronegócio listadas no Brasil, Bolsa, Balcão (B3)? O objetivo geral deste estudo consistiu em analisar o nível de evidenciação dos ativos intangíveis nas empresas do segmento agricultura listada na B3 no período de 2016 a 2020.

Dionízio, Dagostine e Musial (2020) salientam que os ativos intangíveis estão ganhando espaço frente aos ativos tangíveis, pois são considerados um potencial de competitividade empresarial. Seu reconhecimento e mensuração demonstram aos investidores que a empresa tem noção do devido valor destes recursos, melhorando a qualidade da informação contábil disponibilizada aos usuários. A correta evidenciação faz refletir a situação real da entidade, mostrando claramente seus resultados para a administração e investidores que necessitam dessas informações para a tomada de decisão (DIONÍZIO, 2016).

Foi realizada uma pesquisa descritiva, com análise documental e abordagem quali-quantitativa. Para a coleta dos dados foi utilizado um checklist a partir das diretrizes do CPC 04. Quando a empresa atendeu ao item do checklist, atribuiu-se a resposta “sim”. Caso a empresa não atenda a determinado item, atribui-se a resposta “não”. Para a análise de dados inerente ao nível de evidenciação, foi utilizada estatística descritiva.

O nível de evidenciação apresentado pelas empresas foi, em média, de 71,18%, considerando o total de itens ao longo do período analisado. Nenhuma das empresas analisadas cumpriu totalmente com os 13 itens determinados pelo CPC 04 ao longo de toda a série. Dos 13 itens, o que teve menor índice de divulgação foi "Informações de ativos mantidos para venda" e "Fatores importantes que levaram a definição de vida útil dos intangíveis". Por fim, a Centro de tecnologia e Canavieira apresentou o maior nível de evidenciação no segmento analisado, com média 96,92% no decorrer dos anos.

Este estudo buscou analisar os ativos intangíveis em empresas, visto que esta é uma área significativa e complexa, sendo um campo que tende a ser cada vez mais explorado. Verificou-se que, apesar de os intangíveis serem recursos importantes para o desempenho das empresas que os possuem, o processo de evidenciação destes demanda uma estrutura de avaliação mais sólida, bem como um processo de gestão mais direcionado para a classe, visando seguir os critérios do CPC 04.

DIONÍZIO, C. L. R. Evidenciação dos ativos intangíveis de empresas brasileiras listadas na BM&FBOVESPA a luz do CPC 04 (R1). Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação), Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2016. 84 f. DIONÍZIO, C. L. R.; DAGOSTINI, L.; MUSIAL, N. T. K. Evidenciação dos Ativos Intangíveis das Empresas Listadas no Novo Mercado da B3 em Conformidade com CPC 04 (R1). Revista Gestão Organizacional, v. 13, n. 2, p. 142-161, 2020. PEREZ, M.M.; FAMÁ, R. Ativos intangíveis e o desempenho empresarial. Revista Contabi-lidade & Finanças, v. 17, n. 40, p. 7-24, 2006.