Resumo

Título do Artigo

GESTÃO POR ALGORITMOS E CONTROLE GERENCIAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Gestão por algoritmos
Sistemas de controle gerencial
Revisão sistemática da literatura

Área

Finanças

Tema

Contabilidade para usuários internos

Autores

Nome
1 - Ewerton Alex Avelar
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas
2 - Ricardo Vinícius Dias Jordão
School of Knowledge Economy and Management, SKEMA Business School (Brazil, China, France, USA) - SKEMA Business School (Brazil)

Reumo

A literatura contemporânea revela que a chamada “gestão por algoritmos” (algorithmic management) tem obtido cada vez espaço na gestão, na economia e nos negócios. A ideia é que muitas organizações vêm empregando algoritmos no exercício prático do controle sobre os trabalhadores. Neste caso, a gestão por algoritmo pode ser compreendida como base do sistema de controle gerencial das empresas. Ainda assim, apesar da importância e atualidade do tema, Leoni e Parker (2019) e Galière (2020) destacam que estudos sobre o uso da gestão por algoritmos como forma de controle gerencial ainda são raros.
O estudo desenvolvido visou responder à seguinte questão de pesquisa: Como a gestão por algoritmos como base e fundamento para o controle gerencial tem sido abordada na literatura? Assim, o objetivo da pesquisa foi realizar uma revisão sistemática (mapeando o estado da arte) sobre o uso da gestão por algoritmos como base de sistemas de controle gerencial nas empresas. Para tanto, a revisão foi desenvolvida nas bases Web of Science e Scopus, enfocando orientações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (Page et al., 2021a; Page et al., 2021b).
A gestão por algoritmos consiste em uma forma de otimizar decisões, nas quais algoritmos analisam o desempenho e direcionam os esforços dos trabalhadores de uma empresa, substituindo o papel tradicional da média gerência (Schildt, 2017; Cheng & Foley, 2019). Nesse sentido, Hughes et al. (2019) salientam que é cada vez mais comum o uso de algoritmos por parte de empresas para exercer esse controle sobre os trabalhadores. Esses aspectos de controle de forma a atender aos objetivos organizacionais são as bases de um sistema de controle gerencial (Anthony & Govindarajan, 2008).
A temática é recente, tendo como primeiro estudo o de Rosenblat e Stark (2016) (mais citado em ambas as bases). Poucos estudos foram realizados em países emergentes e a grande maioria enfoca empresas ligadas à economia compartilhada. Salienta-se que o emprego da gestão por algoritmos no controle gerencial muitas vezes é comparado a um Panóptico ou uma nova forma de Taylorismo. Diante de percepções negativas por parte dos trabalhadores, a maior parte dos estudos apresenta reações individuais e/ou coletivas destes agentes em relação ao sistema de controle gerencial baseado em algoritmos.
A gestão por algoritmos como base de sistemas de controle gerencial é um tema relevante e emergente. As pesquisas em geral são qualitativas e exploratórias, e há muitas lacunas a serem explorados pelos pesquisadores, tais como: (a) estudos em países emergentes; (b) aplicação em empresas tradicionais; (c) testes explícitos da aderência de teorias ao fenômeno; (d) comparação com as bases tayloristas clássicas; (d) análise do tratamento das empresas às percepções dos trabalhadores sobre o controle, assim com às reações individuais e coletivas; e (e) discussão de dilemas éticos e regulação.
Cheng, M. & Foley, C. (2019). Algorithmic management: The case of Airbnb. International Journal of Hospitality Management, 83(1), 33–36. Recuperado de https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2019.04.009 Page, M. J. et al. (2021a). The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ, 372(71). Recuperado de http://dx.doi.org/10.1136/bmj.n71 Rosenblat, A. & Stark, L. (2016) Algorithmic Labor and Information Asymmetries: A Case Study of Uber’s Drivers. International Journal of Communication, 10, 3758–3784. Recuperado de http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2686227.