Resumo

Título do Artigo

ESTRATÉGIAS E DESAFIOS COMPETITIVOS NA CADEIA DE VINHOS NO ESTADO DO PARANÁ
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Palavras Chave

Vinhos de mesa
Forças competitivas
Estratégias genéricas

Área

Agribusiness

Tema

Estratégia e Competitividade nas cadeias agrícolas

Autores

Nome
1 - HÉLEN CAROLINE DA CUNHA BEQUE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Maringá
2 - Cleiciele Albuquerque Augusto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Departamento de Administração

Reumo

Segundo dados da VINOPAR (2020), há uma projeção de aumento de 57% no processamento de uvas de vinícolas paranaenses para 2024. Diante dessa perspectiva de crescimento, esse estudo se justifica pela relevância de compreender o ambiente competitivo das vinícolas produtoras de vinho de mesa no Paraná. Recentemente, o Paraná passou por um processo em que foram realizados novos investimentos em projetos de vinícolas e implantação de vinhedos, a maioria com menos de uma década de existência (BERNIER, 2020). Isso evidencia a recente expansão do setor e a necessidade de estudos sobre esta área.
Com a expansão que vem ocorrendo no setor de vitinicultura, a gestão das vinícolas tem se tornado cada vez mais complexa, devido ao processo de tomada de decisões envolvendo diferentes atores do ambiente externo da empresa, tais como clientes, concorrentes e fornecedores (PAZ; RUBIN; KIPPER, 2018). Por outro lado, torna-se importante mapear as estratégias adotadas por essas vinícolas para lidar com esses atores e sobreviver nesse contexto. Assim sendo, o objetivo desse trabalho é compreender como se dá a dinâmica competitiva das vinícolas de vinhos de mesa no estado do Paraná.
Com o objetivo de mapear o ambiente em que estão inseridas as empresas de um setor, Porter (1991) fornece critérios para analisar a força de novos entrantes, de concorrentes atuais e de produtos substitutos, avaliando, ainda, as forças que envolvem o poder de negociação dos compradores e fornecedores. Com o objetivo de enfrentar as cinco forças competitivas, Porter (1991) aponta que há três estratégias genéricas que podem ser utilizadas por uma empresa para impor sua posição no setor e superar os concorrentes: a liderança no custo total, a diferenciação e o enfoque.
Nesta pesquisa, realizou-se um estudo de múltiplos casos, de natureza qualitativa e de caráter descritivo. Os dados primários foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas com representantes de três vinícolas de diferentes cidades do Paraná e dois representantes de associações de viticultores do estado. Os dados secundários foram obtidos do Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN) e da Associação dos Vitivinicultores do Paraná (VINOPAR). A análise e interpretação dos dados obtidos foram feitas por meio do método de análise de conteúdo, proposto por Bardin (2011).
Foi identificado que há baixa ameaça de novos entrantes e concorrentes, e alta ameaça de produtos substitutos. O poder dos clientes é alto para as vinícolas que possuem clientes de maior porte, e baixo para as que possuem clientes menores. O poder dos fornecedores é alto para o fornecimento de itens menores, e baixo no caso da uva. Os entrevistados indicam a estratégia de diferenciação como dominante, mas não foram encontrados indícios de preços mais elevados desses produtos no mercado. Os desafios enfrentados variam desde o fornecimento das garrafas de vidro, até a fidelização dos clientes.
Destaca-se, enquanto conclusão, que, na produção de vinhos de mesa paranaense, há muitas vinícolas tradicionais e, recentemente, nota-se a entrada de novas vinícolas com estratégias diferentes, trazendo dinamismo e diferentes experiências para clientes. Como limitações, enfatiza-se a ausência de dados sobre a percepção dos consumidores, bem como de dados a respeito da produção do setor vitivinícola paranaense. Para futuras pesquisas, sugere-se que sejam colhidos dados com os consumidores, fornecedores e com outras vinícolas mais novas do Estado, para enriquecer estudos sobre o setor.
GONÇALVES, V. S. Formulação de estratégia competitiva utilizando o modelo das forças de Porter: o caso de uma empresa no ramo de bebidas. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 4, n. 4, p. 1521-1535, jul./set. 2018. MENDES, E. F. As forças genéricas e a competitividade como estratégia para posicionamento de mercado. RAC, v. 4, n. 8, p. 209-226, jan. 2018. PORTER, M. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 5Rio de Janeiro: Campus, 1991. ____. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992.