Resumo

Título do Artigo

O DISCURSO DA EMPREGABILIDADE E SEUS EFEITOS DE INCLUSÃO/EXCLUSÃO NAS RELAÇÕES DE TRABALHO
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Palavras Chave

Empregabilidade
Inclusão/Exclusão
Sujeito

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Estudos Críticos em Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - Juliana de Oliveira Rosado
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas
2 - Alex Fernandes Magalhães
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE
3 - Gustavo dos Santos Miranda de Avelar
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

O presente trabalho tem como objetivo analisar o discurso de empregabilidade, majoritariamente gerencialista, que atua como estratégia para a inclusão/exclusão de sujeitos no mercado de trabalho, ou seja, responsabilizando-os por se manterem empregáveis, excluindo aqueles caracterizados como menos aptos e qualificados e os incluindo de forma precária em segundo momento. O discurso ainda reforça a precarização das relações e condições de trabalho, que por sua vez, ampliam a mais-valia, tal prática desconsidera a complexidade da qual o sujeito social está inserido tratando-os de forma homogênea.
O problema norteador do trabalho diz respeito a: Como a ideia de empregabilidade atua nas formas de inclusão/exclusão de profissionais no mercado de trabalho? Ao aprofundarmos a discussão, objetivamos abrir espaços para que os sujeitos sociais reflitam sobre a falsa noção de equidade, oportunidades de trabalho e a inclusão/exclusão de pessoas frente às suas possibilidades de entrega de forma de trabalho ao mercado, questionando discursos e motivações rasas, a fim de promover mudanças concretas das relações e condições de trabalho.
O artigo se apoia também em teóricos do século XX e XXI, tais como, Maria Chalfin Coutinho, Giovani Alves, Ricardo Antunes, Georg Lukacs, Diogo Helal, Alex Magalhães, entre outros, de modo a consolidarmos uma base crítica de análise acerca da temática e propor contribuições ao campo. Entendemos que a análise do discurso de empregabilidade deve considerar os interesses que lhe são implícitos. Vimos que o movimento de terceirização da culpa e da responsabilidade de sucesso ou fracasso do trabalhador é fundamental para manter o ciclo de exclusão/inclusão.
A discussão evidencia as práticas de inclusão/exclusão que acontecem no mercado de trabalho. De modo que, o sujeito tido como não apto, é excluído a primeiro momento do sistema produtivo para logo ser incluído de forma precarizada, fomentando assim um aumento da desigualdade social, pois desconsidera as possibilidades de entrega em forma de trabalho dos sujeitos, ao passo que visa ampliar a mais-valia do capital. Este movimento acarreta no sucateamento das relações de trabalho e seus demais desdobramento sob as esferas econômicas, humanas e sociais.
O discurso de empregabilidade hoje é difundido de maneira simplista e homogênea, desconsiderando as complexidades do contexto do sujeito social. Ao passo que se aprofunda, as teorias também demonstramos uma forma limitada de se entender o trabalho humano, não como forma emancipatória e constituinte do sujeito, mas como forma de condicioná-lo às demandas do mercado. Nesse sentido, o espaço de reflexão é imprescindível para traçar caminhos rumo à equidade visando novas e melhores práticas.
HELAL, D. H. Flexibilização organizacional e empregabilidade individual: proposição de um modelo explicativo. Cadernos EBAPE. br, v. 3, n. 1, p. 01-15, 2005. MAGALHAES, A. F. Poder, autonomia e seus avessos: reflexões sobre o empoderamento de gays em organizações de trabalho privadas. Tese de Doutorado - Faculdade de Ciências Econômicas , Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, p. 366. 2018. SAWAIA, B. (Org.). As artimanhas da exclusão social: análise psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis: Vozes, 2001.