Resumo

Título do Artigo

INTEGRAÇÃO VERTICAL EM EMPRESAS AVÍCOLAS DA REGIÃO SUL DO BRASIL: UM ESTUDO À LUZ DA TEORIA DA VISÃO BASEADA EM RECURSOS
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Palavras Chave

Integração Vertical
Teoria da Visão Baseada em Recursos
Cadeia de Matrizes Pesadas do SAG avícola

Área

Agribusiness

Tema

Estratégia e Competitividade nas cadeias agrícolas

Autores

Nome
1 - Bianca Fortes Schardong
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Maringá

Reumo

Neste trabalho, estudou-se a integração vertical na cadeia avícola de matrizes pesadas pela lente da Teoria da Visão Baseada em Recursos (VBR). A desintegração vertical, observada há anos no frango de corte, vem se apresentando também na fase anterior da cadeia, na matriz pesada. Diante disso, se há uma cadeia produtiva que é reconhecida pelos contratos de quase-integração com produtores, questiona-se, por que se encontram casos de integração vertical, principalmente a montante, na matriz pesada? Destarte, a condição estratégica do recurso (VBR) parece justificar essa tomada de decisão.
Diante das lacunas na literatura, evidencia-se a necessidade de estudos da predição e explicação dos motivos da importância da integração vertical, no âmbito da VBR. Portanto, surge o seguinte problema de pesquisa: “por que a forma de integração vertical se mostra necessária e presente sob a lente teórica da Visão Baseada em Recursos, no âmbito da cadeia produtiva de matrizes pesadas? ” Para tanto, objetivou-se compreender como se dá a integração vertical, ao se considerar a condição dos recursos estratégicos na cadeia produtiva de matrizes pesadas do SAG avícola da região Sul do Brasil.
Guiou-se pela lente teórica da Visão Baseada em Recursos (VBR), oriunda da teoria econômica tratada em Penrose (1959). Além de Penrose (1959), considerou-se seus principais precursores (WERNERFELT, 1984; BARNEY, 1999; PETERAF, 1993), os quais desenvolveram as bases teóricas da VBR. Em paralelo, utilizou-se dos principais autores (ARGYRES, 1996; TEECE et al., 1997; POPPO; ZENGER, 1998; BARNEY, 1999, 2002; FOSS, 2005; SAES, 2009; ARGYRES; ZENGER, 2010, 2012) que vêm buscando embasamento nessa teoria visando lançar luz à relevância de recursos estratégicos na compreensão dos limites da firma.
Adotou-se pesquisa qualitativa, descritiva e teórico-empírica, a estratégia de pesquisa foi o estudo de casos múltiplos. Se utilizou de dados primários e secundários, com base nos anos de 2019 e 2020. A coleta de dados primários ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com os gestores representantes das dez empresas pesquisadas de matrizes pesadas, localizadas no Sul do Brasil. Os dados secundários foram obtidos a partir de pesquisa em literatura em bancos de dados disponíveis de relatórios do setor avícola. Para a análise dos resultados, adotou-se o método de análise de conteúdo.
A partir da análise da formação dos recursos estratégicos alicerçados nos pressupostos da VBR, foi possível compreender a influência desses na integração vertical. Dentre os recursos estratégicos que conferem diferencial às empresas de matrizes pesadas pesquisadas, destacaram-se os recursos de conhecimento tático/agregado no ambiente interno, esse se reflete no know-how de manejo e de ração feitos para cada linhagem genética. Os quais representam a identidade de cada empresa, e são decorrentes do seu path dependence, demonstrando influenciar na decisão de internalização da produção.
Constatou-se que, para os casos em que se visa a proteção de recursos estratégicos que possam permitir a conquista de vantagem competitiva (ração, incubatório e recria), a forma de integração vertical se mostra como a melhor opção. Mostra-se que a estratégia da manutenção de seu know-how interno de ração e de manejo no incubatório e na recria, tende a lhes dar maiores garantias de sanidade, qualidade e uniformidade, visando assim manter esses recursos internamente. Evidenciando, portanto, a presença e a necessidade da consideração da integração vertical pela teoria da VBR.
ARGYRES, N.; ZENGER, T. Capabilities, transaction costs, and firm boundaries. Organization Science, 23(6), 1643-1657. http://doi.org/10.2307/23362018, 2012. BARNEY, J. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, v. 17, n. 01, p. 99-120, 1991. 16. PENROSE, E. T. The theory of the growth of the firm. New York: John Wiley, 1959. PETERAF, M. A. The cornerstone of competitive advantage: the resource-based view. Strategic Management Journal, v. 14, n. 3, p. 179-191, mar. 1993.