Resumo

As plataformas sociais baseadas na Internet, que vêm favorecendo a colaboração, assim como o compartilhamento e a interação, estão sendo apropriadas nas dimensões da atividade humana em seus mais diversos contextos, inclusive na área de Saúde, com reflexos nas atividades, papéis e competências dos profissionais de saúde e seus pares. Esse contexto edifica uma nova conjuntura de benefícios e danos, alterando a forma de relacionamento entre médico e paciente e a maneira como pacientes gerenciam o tratamento de suas doenças e comorbidades.

As plataformas sociais baseadas na Internet, que vêm favorecendo a colaboração, assim como o compartilhamento e a interação, estão sendo apropriadas nas dimensões da atividade humana em seus mais diversos contextos, inclusive na área de Saúde, com reflexos nas atividades, papéis e competências dos profissionais de saúde e seus pares. Esse contexto edifica uma nova conjuntura de benefícios e danos, alterando a forma de relacionamento entre médico e paciente e a maneira como pacientes gerenciam o tratamento de suas doenças e comorbidades.

Este artigo amplia o escopo de estudar apropriação de tecnologia colaborativas a nível de indivíduos, na área de saúde, onde há indícios dessa apropriação. Foi utilizado o construto da AST, de DeSanctis e Poole (1994), com o intuito de identificar e caracterizar a forma de apropriação das tecnologias colaborativas utilizadas pelos profissionais da área de saúde e pacientes no processo de Decisão Médica Compartilhada, objeto desta pesquisa, trazendo todos os aspectos relevantes da comunicação e transição desse novo comportamento.

O trabalho possui abordagem de natureza qualitativa, com orientação metodológica segundo a proposta do estudo qualitativo interpretativo básico ou genérico de Merriam e Tisdell (2015). Optou-se pela construção de categorias a partir da junção das propostas dos estudos de DeSanctis, Poole e Dickson (2000) e de Schmitz, Teng e Webb (2016), por ser, dentre estas, as que caracterizam melhor o processo da apropriação e suas etapas para o objeto desta pesquisa. Como lócus da pesquisa tem-se a cidade de Aracaju. Foram conduzidas entrevistas com 20 médicos de diferentes especialidades e 14 pacientes.

Nesta investigação, confirmou-se um elevado grau de uso das mídias sociais, igualmente altos foram os graus de conforto e adaptação com as tecnologias. De imediato, constatou-se a alta frequência de uso das mídias sociais para diversos objetivos, desde o básico de comunicação, percorrendo pela busca e atualização de conhecimento, além da assimilação deste uso na rotina de ambos os grupos de participantes como inerente, chegando, por vezes, a ser considerada pelos entrevistados como obrigatória.

A partir das proposições analíticas da Teoria da Estruturação Adaptativa, foram descobertos, no lócus dessa pesquisa, fortes mecanismos de apropriação estável das mídias sociais pelos atores, uma vez que cumpre as características elencadas por Poole e DeSanctis (1990): uma apropriação fiel, alto conforto, adaptação pela tecnologia, e um elevado nível de consenso de uso, chegando a ser considerada indispensável por alguns entrevistados.

DESANCTIS, G.; POOLE, M. S. Capturing the complexity in advanced technology use - adaptive structuration theory. Organization Science, v. 5, n. 2, p. 121-147, 1994. DESANCTIS, G.; POOLE, M. S.; DICKSON, G. W. Teams and technology interactions over time. In: NEALE, M.; MANNIX, E. (ed.). Research on Managing Groups and Teams. v. 3, p. 1-27. Bingley: Emerald Group Publishing Limited, 2000. SCHMITZ, K. W.; TENG, J. T. C.; WEBB, K. J. Capturing the complexity of malleable IT use: adaptive structuration theory for individuals. MIS Quarterly, v. 40, n. 3, p. 663-686, 2016.