Resumo

Título do Artigo

EMPRESAS SOCIAIS OU NEGÓCIOS DE IMPACTO? MODELOS TEÓRICOS, ENTENDIMENTOS E DESENTENDIMENTOS
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Palavras Chave

Empresas Sociais
negócios de impacto
Modelos Teóricos

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Organizações Não-Convencionais

Autores

Nome
1 - Graziela Dias Alperstedt
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC) - Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas
2 - Maria Carolina Andion
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC) -
3 - Priscila Keller Pires
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC) - ESAG

Reumo

A discussão em torno dos empreendimentos que buscam conciliar as lógicas econômica e social tem se intensificado nos últimos anos. Tal fenômeno aparece vinculado aos profundos dilemas sociais e ambientais vividos pelas sociedades em várias partes do mundo. No campo das organizações, tal debate parece reviver a busca pelas tipologias organizacionais travadas pela sociologia das organizações nas décadas de 60 e 70 do século XX, tais como Talcott Parsons, Amitai Etzioni, Peter Blau, Haas, Hall e Johnson, Joan Woodward e Charles Perrow (BERTERO, 1981).
Especificamente, buscamos auxiliar na compreensão das diferenças e semelhanças entre as “social enterprises” (ou o que preferimos entender como empreendimentos sociais, em nossa tradução) e os negócios de impacto (NIS), considerando aqui todas as suas variações: negócio social, negócio inclusivo, negócios de impacto social, entre outras definições. Tal objetivo alinha-se às dificuldades de entendimento por parte de pesquisadores iniciantes com diferentes formações, em função do próprio movimento das organizações na direção de novos modelos de negócio.
Entre os modelos teóricos abordados no artigo e que procuram compreender as organizações que atuam na interface entre o econômico e o social, identificamos a escola do espectro (DEES, 1998), o modelo de Alter (2003),com sua tipologia do campo na América Latina, o estudo de Young e Longhofer (2016), autores que utilizaram a metáfora do zoológico para caracterizar as empresas sociais, o modelo de Defourny e Nyssens (2017) para explicar a natureza dos empreendimentos sociais, entre outras abordagens que são contrapostas e discutidas no trabalho, além de modelos advindos do campo da prática.
Os modelos descritos na literatura, que buscam abarcar o universo das organizações reconhecidas como “social enterprises” revelam duas questões importantes a serem destacadas. A primeira diz respeito à amplitude das categorias apresentadas, pois, dependendo do modelo, qualquer organização pode ser incluída ou excluída desse “zoológico”, inclusive grandes organizações ligadas à Responsabilidade Social Corporativa. A segunda relaciona-se à subjetividade que envolve a temática, pois trata-se de um constructo que não raras vezes depende do observador.
Observa-se que, na literatura, que não existe unanimidade entre os frameworks existentes sobre empreendimentos sociais, assim como também não existe consenso sobre que tipo de organização eles claramente são ou não (YOUNG; BREWER, 2016). Parece que as atuais classificações não dão conta de explicar esse fenômeno. Nesse contexto, constelações de atores, setores, dispositivos e práticas (Pel et al. 2018) podem apresentar configurações diversas, as quais interagem com os desafios regionais, os problemas locais e os diversos stakeholders.
BARKI, E.; RODRIGUES, J.; COMINI, G. M. Negócios de Impacto: Um Conceito em Construção. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, v. 9, n. 4, p. 477-501, 2020. BREWER, C. V. The ongoing evolution in social enterprise legal forms. In: YOUNG, D. R.; LONGHOFER, W. Designing the zoo, 2016. DEFOURNY, J.; NYSSENS, M. Fundamentals for an international typology of social enterprise models. VOLUNTAS: International Journal of Voluntary and Nonprofit Organizations, v. 28, n. 6, p. 2469-2497, 2017.