Resumo

Título do Artigo

Uma contribuição da sociocracia para a agilidade estratégica: um estudo de caso em startup que opera na virtualidade
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Palavras Chave

agilidade estratégica
sociocracia
startup

Área

Artigos Aplicados

Tema

Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - Eliana de Souza Gavioli
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Sede
2 - Simeia de Azevedo Santos
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO (PUCSP) - Campus Perdizes
3 - Fabio Gaglian Camargo
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - São Paulo

Reumo

Para que alcancem o sucesso, startups devem garantir agilidade estratégica, obtida por meio da capacidade de ambidestria organizacional. O objetivo deste artigo consiste, portanto, em analisar a configuração de práticas de RH em uma startup gerenciada pela sociocracia, no que tange à agilidade estratégica, considerando-se três aspectos: sensibilidade estratégica, fluidez de recursos e comprometimento coletivo. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa (estudo de caso) junto à alta direção e quantitativa (survey) junto aos colaboradores.
Uma startup, que por definição, opera em sob condições de extrema incerteza, abordando aspectos como inovação, crescimento acelerado, pressão por tempo, dependência de terceiros, foco em um único produto ou serviço e a utilização de estruturas organizacionais menos hierárquicas. O Grupo Anga é uma startup formada predominantemente por jovens, que opera na virtualidade, adota a sociocracia como modelo de gestão e que apresenta alto desempenho e rápido crescimento, com a criação e incorporação de várias empresas num curto espaço de tempo.
Empresas devem permanecerem flexíveis e adaptáveis, enquanto, se mantém propositais e consistentes em seus esforços. Mediante a sugestão de que a resposta encontra-se na interrupção do alinhamento organizacional (geralmente rígido) entre a propriedade dos recursos e a responsabilidade pelo seu uso, por meio de uma matriz empreendedora, capaz de identificar, acessar e mobilizar recursos na busca por oportunidades, pergunta-se, como seriam configuradas as práticas de RH de uma startup gerenciada pela sociocracia.
A abordagem qualitativa e quantitativa promove maior confiabilidade, ainda considerando-se múltiplas unidades de análise: alta-direção e colaboradores. As informações que compõem o instrumento de pesquisa são baseadas nas práticas de RH sugeridas por Delery e Doty (1996) e na agilidade estratégica abordada por Doz (2020). As questões qualitativas foram compostas por um roteiro de entrevista semiestruturado, aplicado na alta direção. As 50 questões quantitativas foram respondidas por 22 colaboradores.
Conclui-se que a dinâmica assumida pelo Grupo Anga, segundo as recomendações da sociocracia promove os facilitadores de agilidade estratégica, segundo a percepção da alta direção e dos colaboradores. Estudos futuros devem incluir empresas que não nasceram neste modelo de gestão, assim como expandir para empresas de portes variados, que atuam presencialmente e que incluam em seu corpo funcional trabalhadores mais velhos, com ampla experiência em outras estruturas, que permitam revelar resistência e conflitos não presentes nesta amostra com características tão incomuns.
Essa pesquisa pode contribuir para que empresas identifiquem novas possibilidades para sua arquitetura organizacional, visto que cada vez mais, empresas se vem desafiadas a gerenciar paradoxos e reconciliar demandas opostas que podem ser usadas construtivamente como fontes de tensões duradouras, numa contribuição com a agilidade estratégica. Corrobora com a afirmação de que um núcleo técnico estável e conexões mais adaptáveis e orgânicas, praticadas por meio da sociocracia, seja capaz de flexibilizar o alinhamento entre a propriedade dos recursos e a responsabilidade pelo seu uso.