Resumo

A Secretaria Municipal das Finanças (SEFIN) órgão integrante da administração direta da Prefeitura de Fortaleza teve em 2017, uma revisão abrangente do seu plano estratégico, com o propósito de induzir a mudança organizacional e consolidar o processo de planejamento estratégico e execução da estratégia. A mudança organizacional e um planejamento estratégico desenvolvido com uma metodologia participativa, favorece as chances de crescimento e aprendizado, em um ciclo contínuo, no qual os novos aprendizados, resultantes da mudança, são a base para um novo ciclo de crescimento e futuras mudanças.

Ao longo do tempo, a visão estratégica proporciona um melhor alinhamento das ações operacionais com a missão e os objetivos da organização, colaborando com o processo de transformação da estratégia em ação. Mediante o exposto, esta pesquisa visa responder o seguinte problema de pesquisa: De que modo o modelo de gestão estratégica implementado provocou mudanças organizacionais na SEFIN? Para isso, constitui objetivo geral desse estudo, analisar de que modo o modelo de gestão estratégica implementado provocou mudanças organizacionais na SEFIN.

Em 2016, o plano estratégico da SEFIN foi revisto de forma abrangente, buscando a maturidade das pessoas e das equipes de trabalho, gerando assim um novo ciclo de mudanças organizacionais. Para Lima e Bressan (2003) a mudança organizacional é qualquer alteração relevante realizada sobre os componentes ou relações da organização, e que visem a eficácia, eficiência e sustentabilidade da organização. Estrada e Almeida (2007) destacam que o principal produto de um planejamento estratégico desenvolvido com uma metodologia participativa consiste na mudança organizacional proporcionada pelo processo.

Pesquisa caracterizada como descritiva, exploratória e documental sob o método de estudo de caso, com abordagem quali-quantitativa. A unidade de análise escolhida foi a SEFIN. Empregou-se coleta de dados primários, por meio do método Survey. Fez-se uso de questionário baseado no MEG, com 30 perguntas (28 fechadas e 2 abertas), com 6 opções de resposta (em escala Likert), para a identificação das principais mudanças organizacionais na SEFIN. Aplicou-se 80 questionários, destes 70 válidos. Apurou-se o índice de pontuação para medir o quanto as respostas favoráveis excedem às desfavoráveis.

Pôde-se evidenciar o embasamento e a confirmação das mudanças pretendidas pelo modelo de gestão e governança pública para resultados, confirmando, de acordo com Hitt, Ireland e Hoskisson (2011), que a mudança é um processo contínuo com grande probabilidade de crescimento organizacional, a partir de um ciclo contínuo, no qual os novos aprendizados desenvolvem ciclos futuros de transformação cultural, e que conforme Kaplan e Norton (2017) o melhor desempenho nas práticas de gestão da estratégia está associado ao alto nível dos benefícios obtidos com as mudanças organizacionais.

As constatações extraídas do estudo empírico comprovam que todos os fundamentos do modelo MEG foram contemplados no modelo de gestão estratégica da SEFIN, tendo as mudanças sido observadas pelos colaboradores em todos os aspectos investigados. Os resultados, em sua totalidade, apresentaram níveis altos de sucesso, embora, dentre alguns aspectos investigados, houve evidências de colaboradores resistentes, com indícios de desconhecimento e alguns que não se interessam em conhecer o modelo de gestão em vigor.

HERNANDEZ, J. M. DA C.; CALDAS, M. P. Resistência à mudança: uma revisão crítica. RAE – Revista de administração de empresas, São Paulo, v. 41, n. 2, p. 31-45, 2001. HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração estratégica: competitividade e globalização. 2ª. ed. São Paulo: Cencage Learning, 2011. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Organização orientada para a estratégia. Como as empresas que adotam o Balanced Scorecard prosperam no novo ambiente de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2000a. WOOD JR., T. Mudança Organizacional. São Paulo: Atlas, 2000.