Resumo

Título do Artigo

Reflexões entre o assédio moral no trabalho e o narcisismo das pequenas diferenças
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Palavras Chave

Assédio moral
Narcisismo
Narcisismo das pequenas diferenças

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Comportamento Humano

Autores

Nome
1 - Monique Nascimento
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Trindade
2 - Thiago Soares Nunes
UNIVERSIDADE FUMEC (FUMEC) - Programa de Doutorado e Mestrado em Administração (PDMA)

Reumo

O assédio moral no trabalho pode ser manifestado pelo desequilíbrio de poder e pela recusa da diferença, seja por questões de gênero, cor, origem, ideologia, sexualidade, e demais elementos que podem incitar a práticas e comportamentos hostis por parte do agressor que se sente ameaçado. A percepção daquilo que lhe é diferente e o esforço de afirmar-se perante uma suposta “ameaça”, vai em direção ao narcisismo de pequenas diferenças, o que pode estar vinculado ao assédio moral.
Entendemos que o narcisismo das pequenas diferenças pode contribuir na compreensão de dinâmicas organizacionais/sociais como as do “bode expiatório”, da rejeição do diferente e da hostilidade entre grupos. Diante disso, o assédio moral no trabalho pode ser percebido como uma manifestação do narcisismo das pequenas diferenças.
As diferenças localizadas fora do sujeito, ou grupamento, passam a ser consideradas intoleráveis e os efeitos narcísicos no enfrentamento de diferenças presentes nos laços sociais são evidenciados – situação em que o eu, mesmo dividido e precário, busca a completude. Tais efeitos, relacionados ao narcisismo das pequenas diferenças, podem ser exteriorizados por intermédio: de sentimentos de aversão, antipatia e inveja; da manifestação de prontidão ao ódio, hostilidade e a agressividade; do ato de caricaturar o outro; e, do racismo - que podem levar ao assédio moral (HIRIGOYEN, 2012).
Sugerimos que a ocorrência do assédio moral no trabalho pode ser relacionada a efeitos narcísicos no enfrentamento de pequenas diferenças presentes nos laços sociais. Em algum grau, as organizações, incentivam e parabenizam efeitos narcísicos no enfrentamento de diferenças presentes nos laços sociais ou comportamentos assediosos dos trabalhadores e gestores, quando estes alcançam os objetivos organizacionais, independente do meio que utilizaram para isso. O que demonstra, portanto, que existe uma cultura de assédio que legitima a ocorrência de violências dentro das organizações
No que concerne aos efeitos narcísicos no enfrentamento de pequenas diferenças presentes nos laços sociais, frisamos que estes podem ser exteriorizados por intermédio: da angústia frente às pequenas diferenças e oposição ao reconhecimento delas; de sentimentos de aversão, antipatia e inveja; da manifestação de prontidão ao ódio, hostilidade e a agressividade; do ato de caricaturar o outro; e, do racismo. Destacamos que no ambiente organizacional, tais exteriorizações do narcisismo das pequenas diferenças podem implicar a ocorrência do assédio moral.
HELOANI, R.; BARRETO, M. Assédio moral: gestão por humilhação. Curitiba, Juruá. 2018. HIRIGOYEN, M-F. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. 14ª ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012. HIRIGOYEN, M-F. Mal-estar no trabalho: redefinindo o assédio moral. 6ª ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. FREUD, S. Introdução ao Narcisismo In: Obras completas – Introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e outros textos (1914-1916). São Paulo: Companhia, 1914.