Resumo

Título do Artigo

As diferenças no consumo de Açaí no Brasil: do funcional ao hedônico
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Palavras Chave

Consumo
Açaí
Comportamento do Consumidor

Área

Marketing

Tema

Comportamento do Consumidor

Autores

Nome
1 - THAMIRIS MAGALHAES DE SOUSA
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - SP
2 - André Insardi
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - Sp
3 - Antonio Pedro Cruz Costa Alves
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - PPGA
4 - Suzane Strehlau
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - São Paulo
5 - roberto antonio rodrigues soares
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - sao paulo

Reumo

O consumo e a comercialização do açaí vêm ganhando importância no Brasil desde os anos 90, não somente na região amazônica, mas também nos demais estados da federação e no exterior (TAVARES; HOMMA, 2015). O que antes era produzido apenas para a subsistência, hoje se configura também como elemento cultural e simbólico, tanto para frequentadores de feiras no Pará (LOBATO; RAVENA-CAÑETE, 2019), quanto para praticantes de esporte no Rio de Janeiro (GUIMARÃES, 1999) ou, ainda, para os paulistanos, que o consomem de forma muito diferente dos habitantes do Norte do Brasil.
O objetivo deste artigo é analisar as diferenças de consumo e de simbologia do açaí nas três regiões do Brasil – Norte, Nordeste e Sudeste - pelos internautas que abastecem a rede digital Twitter, percebendo diferenças culturais entre as regiões. Os objetivos específicos, por sua vez, analisam se o açaí pode ser considerado como um produto simbólico utilitário e funcional nas três regiões e/ou hedônico, ou se há diferenças significativas em cada uma das localidades. Para isso, adotaremos uma abordagem qualitativa exploratória, tendo como método a netnografia.
O consumo do Açaí na capital do Pará está adentrando as classes nobres de consumidores que utilizam o açaí por outras motivações, como estética e saúde, por meio de novos formatos e apresentações (energético, shakes, sorvetes, doces, entre outros), caracterizando uma tendência de mudança comportamental do consumo, transformando-o em uma “bebida fina” ou de maior sofisticação em relação ao produto tradicional. Por sua vez, o hábito paulista acabou tomando como base o do carioca no qual consumia o fruto em lojas de sucos e produtos naturais com a polpa batida com gelo e xarope de guaraná.
Por meio de um web crawler, desenvolvido pelos autores que se conecta a API (Application Programming Interface) pública do Twitter, o estudo coletou 17.457 tweets realizados com a palavra açaí, no período de 01/04/2020 à 30/05/2021. Para atender aos objetivos da pesquisa, foi necessário qualificar os tweets do ponto de vista geográfico identificando o lugar de origem da postagem. O Twitter não garante a entrega desta informação, logo foi necessário inferir, por meio do local de origem declarado pelo usuário da postagem, o local de postagem da mensagem.
A pesquisa apontou que, dentre os tweets analisados em cada uma das regiões, bem como as três nuvens de palavras elaboradas (por região), foi notória a diferença de perfil de comportamento de consumo de açaí. Na região Norte, percebeu-se um consumo mais voltado à valorização da cultura, aspectos utilitários e funcionais da fruta. Na região Nordeste, o comportamento do consumidor é nitidamente mais hedônico, emocional, intenso e voltado à busca de satisfazer suas vontades e desejos. O Sudeste, por sua vez, tem um consumidor mais preocupado em satisfazer suas necessidades, na praticidade do dia.
O comportamento do consumidor de alimentos na pesquisa de Marketing necessita de mais pesquisas para seu aprofundamento e discussões, tanto teóricas quanto práticas, para, com isso, realizar estratégias gerenciais para o aprimoramento de sua prática. Esta pesquisa almejou contribuir de alguma maneira para este processo. Ademais, a referida pesquisa não almeja ser conclusiva. Ao contrário, trata-se de um trabalho inicial que deve incentivar novos estudos mais profundos, que possam alcançar pontos e questões não levantadas neste artigo.
Addis, M. & Holbrook, M.B. (2001). On the conceptual link between mass customization and experiential consumption: an explosion of subjectivity. Journal of consumer Behaviour, 1(1), pp. 50-66. Ahtola, O.T. (1985). Hedonic and utilitarian aspects of consumer behaviour: An attitudinal perspective; In: Advances in Consumer Research, Provo, UT: Association for Consumer Research, pp. 7-10. BARRETO, Jéssica Thuanny Teixeira et al. Consumo de açaí e perfil nutricional em universitários da área da saúde de Belém-PA. Pará Research Medical Journal, v. 3, n. 03–04, 2019.