Resumo

Título do Artigo

Análise do Desenvolvimento do Ecossistema Regional de Inovação de Pelotas (RS): estudo de caso em uma cidade de médio porte
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Palavras Chave

Ecossistemas Regionais de Inovação
Quádrupla Hélice
Ambientes de Inovação

Área

Gestão da Inovação

Tema

Redes, Ecossistemas e Ambientes de Inovação

Autores

Nome
1 - Carlos Alberto Frantz dos Santos
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL (UERGS) - Unidade em Tapes
2 - Victoria Zwartjes Valle
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL (UERGS) - Porto Alegre
3 - Carlai de Oliveira Netto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Programa de Pós-Graduação em Administração
4 - Aurora Carneiro Zen
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Departamento de Ciências Administrativas

Reumo

Um Ecossistema Regional de Inovação (ERI) consiste nas múltiplas organizações de inovação tecnológica e nos múltiplos ambientes de inovação tecnológica em uma região (HUANG, 2003) e com a interação de empresas, universidades, governos, associações comerciais e industriais capazes de transformar cidades e regiões em um local de empreendedorismo inovador (CAI; HUANG, 2018). Estes atores, ao atuarem com sinergia, complementaridades de recursos e interdependência dentro de um determinado espaço geográfico, contribuem para o desenvolvimento econômico da região.
Identifica-se uma lacuna nos estudos sobre Ecossistemas Regionais de Inovação em cidades de médio porte, em contextos cuja matriz econômica apresenta baixa capacidade de inovação. Buscando suprir essa lacuna, o presente artigo propõe a seguinte questão de pesquisa: Como ocorre o desenvolvimento do Ecossistema Regional de Inovação de cidades de médio porte em países emergentes? Quais são os principais obstáculos nesse processo? Assim, o objetivo deste artigo é analisar como ocorre o desenvolvimento do Ecossistema Regional de Inovação de Pelotas, localizado no sul do Estado do Rio Grande do Sul.
A fundamentação teórica do artigo apresenta autores seminais e definições de Ecossistema de Inovação (MOORE, 1993; ADNER, 2006; BOGERS; SIMS; WEST, 2019; GRANDSTRAND; OLGERSSON, 2020) e estudos sobre Ecossistemas Regionais de Inovação (HUANG, 2003; CAI; HUANG, 2018; KLEIN, et al., 2021; MARKKULA; KUNE; 2015; CAPELLANO; MAKKONEN, 2020). Também apresenta conceitos sobre ciclo de vida dos ecossistemas (RABELO; BERNUS, 2015; PIQUÉ, MIRALLES; BERBEGAL-MIRABENT, 2019; SANTOS; ZEN; BITTENCOURT, 2021) e sobre os atores da quádrupla hélice e seus papéis (CARAYANNIS; CAMPBELL, 2009).
Foi realizado um estudo de caso, qualitativo e do tipo exploratório. Foram realizadas nove entrevistas semiestruturadas com atores relevantes do ecossistema (empresas, governo, universidades e sociedade civil). Também foram utilizados dados secundários com informações sobre o Ecossistema de Pelotas. As entrevistas foram gravadas (398 minutos) e transcritas (74 páginas). Os dados foram analisados de acordo com as seguintes categorias temáticas pré-definidas oriundas da literatura: papéis dos atores, formas de relacionamento entre os atores e análise do estágio de desenvolvimento do ecossistema.
O Ecossistema possui um parque tecnológico que reúne governo, academia e universidade. Há startups locais que são casos de sucesso de destaque nacional e internacional. O Ecossistema não possui um fundo de investimento local e tem encontrado barreiras de fomento aos empreendimentos que estão surgindo. Além disso, a falta de uma coordenação que se dedique para a organização e crescimento do Ecossistema de Inovação de Pelotas evidencia a necessidade de um ator que assuma a liderança para alinhar os objetivos e dar continuidade a futuros projetos, bem como pensar em desenvolvimento a longo prazo.
O artigo analisou como ocorreu o desenvolvimento do Ecossistema Regional de Inovação de Pelotas (RS). Dentre as limitações do estudo, está o número de entrevistas (nove). Dessa forma, ampliando as entrevistas para outros atores podem emergir novos insights ao estudo. Apesar dos dados indicarem uma boa relação entre universidade e empresas, no entanto não houve unanimidade entre os entrevistados. Portanto, sugerem-se novos estudos qualitativos para compreender como ocorrem as relações universidade-empresa, aprofundando as análises nas barreiras destas relações.
BOGERS, M.; SIMS, J.; WEST, J. What Is an Ecosystem? Incorporating 25 Years of Ecosystem Research. 2019 Meeting of the Academy of Management. August 9-13, 2019. Boston, Massachusetts, USA, 2019. PIQUÉ, J.; MIRALLES, F.; BERBEGAL-MIRABENT, J. Areas of innovation in cities: the evolution of 22@barcelona. International Journal of Knowledge-Based Development, v. 10, n. 1, p. 43-74, 2019. SCARINGELLA, L.; RADZIWON, A. Innovation, entrepreneurial, knowledge, and business ecosystems: Old wine in new bottles? Technological Forecasting and Social Change, v. 136, p. 59-87, 2018.