Resumo

A conduta ética dos profissionais contabilistas entre outros, tem ao longo do tempo despertado interesse dos diferentes setores da sociedade e, esse não é um problema simples. São nas práticas do cotidiano dos profissionais que os deveres moral e ético impostos pelos órgãos de regulação e controle podem ser percebidos. Assim, é de responsabilidade do sistema CFC/CRCs orientar, fiscalizar e autuar os profissionais em função de práticas contrárias ao que estabelece a ética profissional (DL 9.295/46; NBC PG 01/19). Portanto, o Código de Ética, pode ser importante instrumento no processo de contro

Assim, a questão problema que orientou o presente estudo, foi: diante das ameaças ao cumprimento da ética profissional, como os contabilistas se percebem enquanto responsáveis por executar com lisura as práticas contábeis? Nesse sentido, o objetivo do estudo foi analisar a percepção dos profissionais contabilistas sobre sua conduta ética profissional diante da responsabilidade em elaborar e executar as práticas contábeis.

A ética é indiretamente normativa, pois, não tem uma incidência direta na vida cotidiana, quer apenas esclarecer reflexivamente o campo da moral. Por sua vez, a moral é um saber que oferece orientações para ações em casos concretos. O termo “ética” refere-se à filosofia moral, ou seja, ao saber que reflete sobre a dimensão da ação humana, enquanto que “moral” significa os diferentes códigos morais concretos estabelecidos (Cortina & Martinez, 2005). Foucault (2006) ressalta o que ele chama de “ética da palavra’, isto é, nas relações entre os pares, os indivíduos devem nada esconder, falar franc

O presente estudo se caracteriza de natureza exploratória, quanto ao seu objetivo, enquadra-se no tipo survey e qualitativo em relação a abordagem do problema proposto. Os dados foram coletados a partir do cadastro dos contabilistas com registros ativos no CRC-MT. Para isso, um questionário estruturado e fechado foi elaborado, sendo disponibilizado por meio do Google Docs. Para análise dos dados, adotou-se a técnica análise fatorial.

Os contabilistas se percebem honestos e corajosos (características parrhesistas), quando entendem que falam a verdade ao invés de calar-se diante da mentira. No entanto, as evidências são de que apenas 37,3% dos profissionais estão dispostos, muitas vezes e sempre, a se arriscarem perder seu status defendendo o que entende ser verdade conforme a ética profissional estabelece. As evidências, ainda são de que, apenas 32,8% dos respondentes se percebem com coragem para arriscar seus privilégios expondo a verdade conforme determina o CEPC ainda que esse comportamento possa contrariar a maioria, in

A partir da análise do constructo F1TRUTHDUTY (verdade e dever), conclui-se a importância da afirmação de Foucault (2006), ao dizer que as práticas parrhesistas libertam, podendo levar o sujeito (profissional) a um comprometimento nos seus discursos. Os contabilistas se reconhecem como parrhesistas. Nesse sentido, o mais adequado, considerando essas características nos seus discursos, poderia ser o comportamento de resistência as práticas contrarias ao que estabelece ética profissional contábil, ainda que isso lhes causassem críticas. Logo, ao preocupa-se em transmitir aos clientes, de acordo.

Cortina, A., & Martínez, E. (2005). Ética. São Paulo: Loyola. Fernandhytia, F., & Muslichah, M. (2020). O efeito do controle interno, da moralidade individual e do valor ético na tendência à fraude contábil. Media Ekonomi Dan Manajemen, 35(1), 112-127. Foucault, M. (2006). A hermenêutica do sujeito. São Paulo: Martins Fontes. Conselho Federal de Contabilidade. (2019). Resolução n.º 2019/ NBC PG 01, de 7 de fevereiro de 2019. Aprova a NBC PG 01 - Código de Ética do Profissional Contador. Brasília, DF. Recuperado em 2 março, 2021, de https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx? Codig