Resumo

Título do Artigo

Dinâmica das Operações de Capital de Giro para Médias e Grandes Empresas Durante a Pandemia de Covid-19
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Palavras Chave

Relacionamento Bancário
Covid-19
Capital de Giro

Área

Finanças

Tema

Gestão Financeira

Autores

Nome
1 - Eduardo Gleidson de Oliveira
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Mestrado Profissional
2 - Raquel de Freitas Oliveira
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Mestrado Profissional em Administração (Finanças)

Reumo

Em 2020, a economia mundial foi impactada pela crise de saúde pública causada pela pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2). O distanciamento físico foi considerado essencial para conter a disseminação do vírus, mas também implicou em redução significativa da atividade econômica. Diversos países adotaram políticas fiscais e creditícias para minimizar os efeitos da crise sanitária. No Brasil, uma importante medida fiscal foi a isenção do imposto sobre operações financeiras (IOF). Dentre as medidas creditícias, destaca-se o programa Capital de Giro para Preservação de Empresas (CGPE).
O objetivo deste trabalho é analisar a dinâmica da quantidade de operações de capital de giro realizadas por uma grande instituição financeira nacional durante a pandemia de Covid-19. Especificamente, investigam-se alterações na evolução das concessões relacionadas ao CGPE e à isenção do IOF. Outro aspecto explorado é se empresas com relacionamento bancário mais intenso foram mais beneficiadas ou mais prejudicadas durante o período. Essa questão é interessante porque, a priori, as empresas com alto grau de relacionamento poderiam ter menores restrições de crédito durante a crise.
Ao contrário de crises anteriores, a crise ocasionada pela Covid-19 gerou também um choque negativo sobre a demanda de diversos bens e serviços, devido às restrições de circulação e à redução de renda num cenário de elevada incerteza. Dentre as políticas de afrouxamento monetário, diversos estudos sugerem menor efetividade daquelas voltadas ao aumento da liquidez, uma vez que os bancos já haviam acumulado mais reservas de capital devido às mudanças regulamentares desde 2008. A literatura sobre relacionamento bancário não apresenta uma visão unânime sobre os benefícios gerados ao tomador.
A base de dados é típica para modelos de regressão de séries temporais, pois tem uma dimensão grande de tempo (96 semanas), e apenas uma unidade de observação (quantidade total de operações realizadas pela instituição). Diante deste estudo trabalhar com variáveis exógenas ao processo de capital de giro da instituição financeira como, mudanças de política fiscal e monetária por conta da pandemia, foi utilizado o modelo autorregressivo ARMAX para cada uma das variáveis dependentes, operações realizadas e razão relacionamento (operações com clientes de relacionamento em relação ao total)
Não houve aumento significante do número de operações de capital de giro para médias e grandes empresas nos períodos de vigência da isenção do IOF e do CGPE. Por outro lado, os coeficientes das variáveis que identificam a semana final de vigência das medidas de isenção do IOF e da linha CGPE foram positiva e estatisticamente significantes a 1%. As estimações dos modelos com a razão entre o número de operações com clientes de relacionamento e o total de clientes como variável dependente não apresentaram significância estatística nos coeficientes das variáveis investigadas.
Observou-se um aumento significativo do número de operações realizadas apenas na semana final de vigência da isenção do IOF e na semana final da vigência do CGPE. Esse resultado sugere que as empresas optaram por postergar a tomada de crédito até o último momento em que essas condições mais favoráveis estariam disponíveis. Contudo, isso não significa que o impacto dessas medidas ao longo de toda a vigência tenha sido nulo, pois não temos uma comparação caso as medidas não existissem. Não foi identificado alterações nas operações de clientes com e sem relacionamento.
Acharya V. V., & Steffen S. (2020); Banco Central do Brasil (2020); Beck, T. (2020); Beck, T., Degryse H., Hass R. & Horen N. V. (2018); Berger A. N. & Udell, G. F. (1995); Berger A. N., Bouwman, C.H.S., Norden, L., Roman R.A., Udell G.F., Wang T. (2021); Bolton P., Freixas X., Gambacorta, L., & Mistrulli, P. E. (2016); Boone, L. (2020); Boot, A. (2000) ; Bueno, R. L. S. (2011); Chen, C., Kieschnick, R. (2017) ; Colak, G., & Oztekin, O. (2021); Cole S., Kanz M., & Klapper L., (2015); Cotugno, M., Monferra, S., & Sampagnaro, G. (2013); Entre outros autores.