Resumo

Título do Artigo

Efeitos do Narcisismo Sobre o Chamado Ocupacional e os Comprometimentos com a Carreira e Organizacional
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Palavras Chave

narcisismo
carreira
chamado

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Carreiras

Autores

Nome
1 - Marcus Gregório Serrano
FUCAPE Business School - Vitória

Reumo

Uma das características inatas do ser humano é sua busca por senso de propósito ou de significado. Essa busca está presente também no âmbito profissional, e pode ser expressa por meio de um chamado ocupacional, no qual o indivíduo busca autorrealização e o permite atender às necessidades de outros. Além disso, o ser humano possui como característica a orientação para comparação social, processo por meio do qual avalia a si mesmo por meio de comparações com outras pessoas. Essa tendência é também observada em indivíduos narcisistas, que demonstram preocupação com validação externa.
Dado que há evidências que apontem que indivíduos narcisistas possuem forte orientação para comparação social e, também, são propensos a realizarem atividades profissionais de cunho pró-social para obter benefícios a partir da percepção alheia sobre seu próprio valor, qual é a influência do narcisismo sobre a vivência de um chamado ocupacional? O objetivo do estudo é analisar os efeitos do narcisismo na relação entre a vivência do chamado ocupacional e o comprometimento organizacional afetivo e com a carreira.
O estudo fundamenta-se nas teorias de Orientação para Comparação Social e de Chamado Ocupacional, buscando compreender a influência de duas características comuns aos indivíduos, a Orientação para Comparação Social e o Narcisismo, na vivência de um chamado. Ainda, o estudo baseia-se em teorias de Comprometimento Organizacional Afetivo e com a Carreira, buscando compreender como o narcisismo influencia a relação entre o chamado e esses tipos de comprometimento.
Pesquisa de natureza quantitativa e de corte transversal. Amostra composta por indivíduos que trabalham, em qualquer região do Brasil. Dados coletados via questionário online (53 questões, inclusive demográficas), com 531 respostas válidas. A operacionalização estatística dos dados foi realizada no software SmartPLS, por meio de modelagem de equações estruturais. Foi avaliado o modelo de mensuração - validade discriminante, validade convergente e confiabilidade composta - e os índices de ajuste do modelo. Por fim, o estudo apresentada o teste das hipóteses (análise do modelo estrutural).
Não foi encontrada relação positiva entre a orientação para comparação social e a vivência do chamado, mostrando que tal orientação tende a diminuir a percepção do indivíduo de que vive seu chamado. Esse resultado se alinha a outros estudos que indicam a clareza de identidade profissional como preditor do chamado. Já as hipóteses que relacionaram a vivência do chamado com os comprometimentos com a organizacional e com a carreira não foram rejeitadas. Por fim, foram encontradas evidências de que o narcisismo influencia positivamente a relação entre o chamado e o comprometimento com a carreira.
Os resultados demonstram que a orientação para comparação social tende a diminuir a percepção de vivência do chamado, o que sugere que é importante o profissional possuir clareza de sua identidade para viver seu chamado. Isso aponta a relevância do autoconhecimento como fator de tomada de decisões relacionadas à carreira. Orientadores de carreira e profissionais podem se beneficiar, buscando mais autoconhecimento para buscar viver seu chamado. Ainda, o estudo permite concluir que o narcisismo, apesar de comumente indesejado, pode apresentar aspectos positivos para a carreira.
Sedikides, C., Ntoumanis, N., & Sheldon, K. M. (2019). I am the chosen one: Narcissism in the backdrop of self‐determination theory. Journal of personality, 87(1), 70-81. Dik, B. J., & Shimizu, A. B. (2019). Multiple meanings of calling: Next steps for studying an evolving construct. Journal of Career Assessment, 27(2), 323-336. Dalla Rosa, A., Vianello, M., & Anselmi, P. (2019). Longitudinal predictors of the development of a calling: New evidence for the a posteriori hypothesis. Journal of Vocational Behavior, 114, 44-56.