Resumo

Título do Artigo

"Trabalhar é estar vivo": vivências e construções subjetivas do trabalho
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Palavras Chave

Sentido do trabalho
Prazer no trabalho
Sofrimento no trabalho

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Estudos Críticos em Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - Bruna Alves de Oliveira
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JUIZ DE FORA (CES/JF) - Centro
2 - Débora Vargas Ferreira Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO (UFRRJ) - Departamento de ciências administrativa e sociais
3 - Victor Cláudio Paradela Ferreira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
4 - Ionara Coelho Araujo
Centro Universitário do Sudeste Mineiro - Unicsum - Juiz de Fora

Reumo

O trabalho é um elemento estruturante da identidade pessoal, dando lugar a relações subjetivas, de condutas e de ações, que tanto podem se revelar positivas como destrutivas. De acordo com o princípio freudiano do prazer, o indivíduo tende a buscar experiências que lhe tragam constantemente a sensação de saciedade e completude. Não se trata, todavia, de um processo objetivo e impessoal, sendo antes fruto da subjetividade construída ao longo da via, em especial na infância, que direciona fortemente a forma como se posiciona frente à dialética de prazer e sofrimento inerente ao ato de trabalhar.
A pesquisa que deu origem a este artigo procurou compreender como as vivências individuais influenciam as percepções que cada pessoa mantém sobre o trabalho, tendo em vista sua relevância para o bem-estar individual e o próprio sucesso na carreira profissional. O objetivo geral foi assim definido: identificar as percepções mantidas a respeito do trabalho, verificando os principais fatores de influência sobre os aspectos positivos e negativos a ele associados.
Buscou-se suporte na psicanálise, em especial em Freud (1930), destacando-se as possíveis percepções do trabalho como um mecanismo de defesa e sublimação e a importância das experiências vivenciadas na infância na construção da imagem mental que cada pessoa constrói sobre o ato de trabalhar. Outros autores relevantes na construção do quadro teórico de referência foram Bauman (2001), Morin (2001 e 2012) e Dejours (2011), que demonstram a complexidade inerente ao mundo do trabalho e as relações que os indivíduos com ele mantém, destacando a dialética entre prazer e sofrimento.
Foi possível perceber que o trabalho já fazia parte da história dos participantes muito antes do início de sua vida profissional, uma vez que a relação de cada indivíduo com o ato de trabalhar se mostrou fortemente influenciada pelas experiências vivenciadas na infância ao observar como os pais se posicionavam nesse aspecto. Relações complexas foram verificadas entre o prazer e sofrimento que podem ser proporcionados, indicando que, mais do que questões objetivas, a forma como cada pessoa atribui significados à sua trajetória de vida impacta na maneira como se relaciona com o trabalho.
Foi possível identificar que as lembranças da infância interferem fortemente na forma como o sujeito lida com o seu ambiente de trabalho, sendo que a maioria dos entrevistados atribuiu o mesmo significado que entende ter sido dado pelos pais. Foram sentidos diversificados, contemplando aspectos como a garantia da subsistência, o sentimento de utilidade, o prazer da realização. Notou-se, ainda, que a maior parte dos entrevistados administra o prazer e o sofrimento no trabalho, desenvolvendo atividades com as quais se identificam ou atribuindo-lhes um sentido de importância maior.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. DEJOURS, Christopher. Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz. Brasília: Paralelo 15, 2008 FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização (1930). ESB. Rio de Janeiro: Imago, v.XXI, 1976. FREUD, Sigmund. Publicações pré-psicanalíticas e esboços inéditos. Rio de Janeiro: Imago, 1996. MORIN, Estelle M. Os sentidos do trabalho. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 41, n. 3, p. 8-19, jul./set. 2001.