Resumo

Resultante de uma construção social, a cafeicultura brasileira é uma atividade considerada masculina e patriarcal. As Mulheres nela atuantes estão inseridas, portanto, em um contexto de invisibilidade e desvalorização. Como meio para enfrentar esses aspectos, redes formadas por mulheres estão sendo tecidas. Neste trabalho, o foco está na IWCA Mantiqueira: rede de mulheres que atuam na cadeia produtiva do café na região Sul de Minas Gerais, buscando conhecer o perfil socioeconômico delas e as razões que as levaram a participarem da tecelagem dessa rede.

Qual o perfil socioeconômico das mulheres que participam da IWCA Mantiqueira e quais são as motivações que as levaram a participarem dessa rede? Como objetivo, portanto, é proposto conhecer o perfil socioeconômico das mulheres que participam da IWCA Mantiqueira e as razões que as levaram a participarem dessa rede.

Diante das contribuições das mulheres na cafeicultura no Brasil e da ausência de reconhecimento da sua participação e de seu trabalho, torna-se importante estudar maneiras pelas quais essas mulheres buscam alcançar esse reconhecimento e se fortalecerem em suas atuações. Uma dessas maneiras são as redes formadas por mulheres. Redes podem ser compreendidas como sistemas constituídos de nós e conexões entre atores (pessoas, organizações ou até mesmo cidades) conectados por determinadas relações (amizades, relações econômicas etc (Balestrin & Vargas, 2004).

Pesquisa quanti/quali, com 87 respondentes (mulheres associadas à IWCA Mantiqueira) de um questionário que abordou questões objetivas socioeconômicas e demográficas e abertas sobre a participação das respondentes na IWCA Mantiqueira. A parte quanti foi analisada por meio de estatística descritiva e quali por meio da análise temática de conteúdo proposta por Minayo (2007).

A rede é formada por elos diversos, e, entre os motivos que levaram as mulheres a participar, estão a busca por reconhecimento; valorização; melhoria da produção e comercialização dos cafés e o conhecimento e aprendizagem.

A maioria das respondentes tem entre 31 e 40 anos de idade, autoidentificam-se como brancas, são casadas, e mães. Quanto ao nível de escolaridade, a maioria cursou o ensino médio completo, e tem como principal atividade econômica apenas o cultivo do café, em chácaras, das quais a maioria se declara proprietária, e com uma renda familiar mensal entre dois e cinco salários mínimos. Entre os motivos que levaram as mulheres a participar, estão a busca por reconhecimento; valorização; melhoria da produção e comercialização dos cafés e o conhecimento e aprendizagem.

Balestrin, A, & Vargas, L. M. (2004). A dimensão estratégica das redes horizontais de PMEs: teorizações e evidencias. Revista de Administração Contemporânea, pp.203-227 Minayo, M. C. S. (2007). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: HUCITEC.