Resumo

Os eventos são acontecimentos programados no espaço e no tempo, cuja abrangência pode ser local até internacional. A atividade faz parte do turismo de negócios e eventos e vem ganhando notoriedade no Brasil e no mundo. Em 2019, o Brasil classificou-se em 20º lugar no ranking mundial e em 4º lugar no continente americano. Para promovê-los, requerem-se das localidades uma infraestrutura urbana e turística, suficientemente adequada, em termos de acessibilidade, acomodação, estruturas de compras, cultura e lazer, empresas de eventos e centros de negócios, ensino e pesquisa.

O problema de pesquisa que se coloca é se o turismo de negócios e eventos pode ser caracterizado como uma atividade econômica que tende a ser realizada em cidades, especialmente, em regiões de maior influência, onde há uma concentração maior de equipamentos urbanos que facilitem o acesso e a hospitalidade dos participantes nacionais e internacionais ao evento. Assim, o objetivo deste artigo é verificar em qual tipo de cidade-sede (pequena, média, metropolitana ou aquela que pertence a uma RM) os expositores acreditam que o evento terá mais visibilidade para os negócios de seus clientes.

Os eventos “são acontecimentos que possuem horário, local e dia onde as pessoas se reúnem pelos mais diversos motivos” (MATIAS, 2014, p. 3). Eles classificam-se conforme a área de interesse, o alcance do público, a dimensão, o escopo geográfico, a frequência e a localização. A atividade se popularizou como uma ferramenta de marketing, a fim de fortalecer a imagem da empresa, promover o produto e aumentar o volume de vendas. Conforme a RAIS/MTE (2018), 64,6% dos estabelecimentos ligados ao ramo e 78,7% dos vínculos empregatícios do segmento pertencem à Região Administrativa (RA) de São Paulo.

O método de pesquisa utilizado foi o indutivo, uma vez que se observaram os casos particulares para se chegar em uma proposta mais geral. Em relação às técnicas de pesquisa, foi empregada a documentação indireta, por meio de pesquisa bibliográfica e documental, o que contribuiu para a compreensão do objeto de pesquisa. Outra técnica usada foi a documentação direta, realizada através de entrevistas com dois gestores de associações de eventos e de aplicação de 58 questionários para os associados da ABEOC e da UBRAFE, dos quais, 16 foram respondidos.

Para 81,25% dos empresários, a cidade de São Paulo representa de 71% a 100% do market share, o que ressalta a influência da capital na promoção de eventos. Segundo Santos (2018), os eventos se concentram em metrópoles, pois elas satisfazem os interesses dos expositores em termos de consumidores para os eventos. Constatou-se que 81,3% dos investigadas realizam mais eventos em cidades metropolitanas, pois eles consideram que os eventos requerem cidades com melhor infraestrutura turística para atender o público, e com a disposição de centros de exposição adequados para sediar os eventos.

Percebeu-se que as empresas pesquisadas atuam, especialmente, em São Paulo, onde as principais fontes de receitas decorrem de planejamento e execução dos eventos, e de venda de ingressos e estandes. Os expositores afirmaram que a realização de eventos em cidades metropolitanas oferece mais vantagens, pois elas dispõem de mais estrutura para sediá-los, com opções de espaços para diferentes formatos e público, maior acessibilidade aos locais dos eventos e preços mais competitivos. Ademais, as metrópoles configuram grande influência para promover eventos de escala nacional ou internacional.

BRAZ, F. C. Eventos/Feiras de negócios na (re)produção do espaço urbano da metrópole: estudo de caso do Parque Anhembi e Centro de Exposições Imigrantes. 2008. Dissertação Geografia – FFLCH, USP, São Paulo, 2008. CARVALHO, K. S. Pavilhões e centros de exposições em São Paulo: cidadelas modernas do mundo globalizado. 2009. Dissertação em Arquitetura – FAU, USP, São Paulo, 2009. MATIAS, M. A arte de receber em eventos. Barueri: Manole, 2014. RAIS. Estatísticas on-line. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Disponível em: . Acesso em ago. 2018.