Resumo

Título do Artigo

A MATRIZ DE TRANSIÇÃO DO CICLO DE VIDA ORGANIZACIONAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO
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Palavras Chave

ciclo de vida organizacional
matriz de transição
estratégia gerencial

Área

Finanças

Tema

Gestão Financeira

Autores

Nome
1 - Juberto Piragibe
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - FCA
2 - Johan Hendrik Poker Junior
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas
3 - SENICHIRO KOSHIO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas

Reumo

O artigo aborda um novo paradigma sobre ciclo de vida organizacional (CVO) financeiro com o objetivo de desenvolver sua aplicação como ferramenta de tomada de decisão. A matriz de transição entre estágios, elaborada com base na proxy dos fluxos de caixa operacional, financeiro e de investimentos de Dickinson (2011), possibilita a visibilidade das tendências do percurso da empresa ao longo de seu desenvolvimento econômico, permitindo aos gestores identificar o estágio mais provável que a empresa ocupará no futuro e através da escolha de uma estratégia adequada, assumir o controle da transição.
Pergunta de pesquisa: como reunir os conhecimentos já estabelecidos sobre estágios do ciclo de vida organizacional (CVO) financeiro e utilizá-los como ferramenta prática de gestão e estabelecimento de estratégias? Objetivo: criar uma matriz de transição entre estágios do CVO financeiro das empresas listadas na B3 de 2010 a 2020 para ampliar a utilização do CVO como ferramenta de gestão, utilizando a definição de estágios de Gort e Klepper (1982), e a proxy de sinais dos fluxos de caixa operacional, financeiro e de investimentos, de Dickinson (2011).
O artigo fundamenta-se na literatura do CVO financeiros desde Anthony e Ramesh (1992) até Cantrell e Dickinson (2018), identificando as possibilidades de aplicação do CVO como direcionador de estratégias corporativas. Extrapola a proposta de Forte e Sminia (2020) e utiliza a problematização e a performatividade definidas por Callon (1986) como forma de compensar o erro do representacionalismo na relação finanças-estratégia ao considerar que os estágios de CVO financeiro e as abordagens da gestão estratégica são relações de mesma ordem.
Os fluxos de caixa operacional, financeiro e de investimentos foram coletados em 02/abr/2021 a partir da base do REFINITIV para empresas da B3, exceto financeiras e mercado imobiliário, de 2010 a 2020. As empresas foram classificadas pela proxy de Dickinson (2011), baseada nos sinais dos três fluxos de caixa para criar as matrizes de transição, T/T+1. Com base na variabilidade dos percentuais escalados da transição maturidade-maturidade das matrizes de transição, verificou-se a estabilidade da matriz T/T+1, indicando que existe coerência nas considerações para até 5 anos de cálculo.
A maioria das empresas permanece no estágio que estava no ano anterior significando que os estágios do CVO duram mais de 1 ano e confirmam os achados de Yan e Zhao (2010). A probabilidade das empresas permanecerem no mesmo estágio é maior do que migrar para outros. Os resultados indicam probabilidade de 60% de permanência na maturidade no ano seguinte, indicando que este estágio é o mais estável e aquele que as empresas devem buscar para reduzir as incertezas. A maturidade contém 9% de possibilidade de migração para a turbulência ou declínio, indicando que embora estável, ainda guarda risco.
O CVO deve ser usado como um sinalizador do caminho natural seguido pela empresa, permitindo aos gestores a definição de estratégias que conduzam esta direção. O sentido contido na definição de performatividade de que a relação finanças-estratégia é um processo permite o cálculo e a utilização da MTE de forma determinística, possibilitando a visualização da necessidade de mudanças na estratégia. Uma empresa em declínio tem 78% de chance de renascer, criando uma perspectiva para os gestores e investidores de que sua recuperação é sempre possível, desde que adotadas as estratégias adequadas.
ANTHONY, J. H.; RAMESH, K. Association between accounting performance measures and stock prices A test of the life cycle hypothesis. Journal of Accounting and Economics. 1992. DICKINSON, V. Cash flow patterns as a proxy for firm life cycle. The Accounting Review. 2011. HABIB, A.; HASAN, M.M. Corporate life cycle research in accounting, finance and corporate governance: A survey, and directions for future research. International Review of Financial Analysis. 2018. YAN, Z.; ZHAO, Y. A New Methodology of Measuring Firm Life-cycle Stages. International Journal of Economic Perspectives. 2010.