Resumo

Título do Artigo

Construção do conhecimento sobre os bens virtuais em jogos online: uma revisão propositiva
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Palavras Chave

Bens virtuais
Jogos online
Epistemologia

Área

Marketing

Tema

Redes Sociais Mediadas, Ambientes e Dispositivos Digitais

Autores

Nome
1 - Francis Marcean Resende Barros
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

A construção do conhecimento é um processo lento e rigoroso. Na ciência, várias perspectivas são adotadas para este fim. Conflitantes, por vezes, elas coexistem e são importantes referências para os pesquisadores. Embora minha abordagem sempre tenha sido e ainda seja funcionalista, reconheço que ela possui pontos positivos e negativos, tal como todas as coisas no mundo. Nesse texto, pretendo abandonar a conveniência do funcionalismo e propor novos olhares sobre o consumo de bens virtuais nos jogos a partir da perspectiva de outras correntes epistemológicas.
Os estudos sobre compra e venda de bens virtuais avançaram desde 2011. No entanto, há reprodução da dominância de estudos funcionalistas no tema. Para analisar isso, realizo uma revisão da literatura e proponho uma agenda de pesquisa para investigação do consumo de bens virtuais em jogos on-line a partir das diferentes abordagens sociológicas.
Utilizo o modelo do círculo das matrizes epistêmicas, derivado do diagrama dos paradigmas sociológicos, para provocar questões de pesquisa que fogem do tradicional funcionalismo. O modelo se baseia na tese da incompletude cognitiva, isto é, nem dentro de seu domínio as abordagens são capazes de dar conta da totalidade; por isso, elas operam de maneira circular por meio das reconstruções epistêmicas, o que entendo como um avanço entre as fronteiras de um domínio e outro.
A revisão da bibliografia confirma que a maioria dos estudos estão localizados na perspectiva funcionalista. As proposições apontam para a possibilidade de diálogo e para a construção de conhecimento coletiva sobre o tema, mas também ressaltam os aspectos particulares de cada abordagem.
Existe possibilidade de adotar uma via mais conciliatória e propositiva. No entanto, há necessidade de cuidado no que se refere às propriedades ontológicas, metodológicas e epistemológicas de cada abordagem. Seja quadrado, seja círculo; seja diagrama, seja matriz. Pesquisas localizadas no âmbito de cada abordagem devem prezar pela coerência desses três elementos. A interseção é uma proposta interessante, mas não deve servir de justificativa para transformar os artigos em colchas de retalhos. Tampouco imuniza os estudos de suas limitações.
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