Resumo

Título do Artigo

IMPACTOS DO ROMPIMENTO DE BARRAGENS NO SETOR DE MINERAÇÃO SOBRE O VALOR DAS AÇÕES DA VALE E BHP
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Palavras Chave

Mercado de Ações
Environmental, Social and Governance (ESG)
Setor de Mineração

Área

Finanças

Tema

Governança Corporativa, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - JOSE OTAVIO GARCIA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL INACIANA PE SABÓIA DE MEDEIROS (FEI) - SÃO PAULO
2 - MARIA TEREZA SARAIVA DE SOUZA
Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA/FEI/SP - Campus FEI/SP
3 - ANDRÉ LUIS ROCHA DE SOUZA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA (IFBA) - Campus de Salvador
4 - Wilson Toshiro Nakamura
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas - PPGA

Reumo

Integrar fatores sociais, ambientais e governança - Environmental, Social and Governance (ESG) - nos processos de tomada de decisão sobre investimentos, está se tornando uma prática comum entre investidores. (PINNEY; LAWRENCE; LAU, 2019). Um número crescente de estudos mostra a aderência de muitas empresas às demandas sociais e ambientais, com a finalidade de apresentar para o mercado, melhores níveis de sustentabilidade e governança, o que inclui a participação em índices de sustentabilidade de bolsas de valores (HAWN; CHATTERJI; MITCHELL, 2017; LI; ZAIATS, 2018; CUNHA et al, 2019).
Espera-se que, quanto maior o nível de governança reconhecido pelo mercado, maior seja o impacto negativo de eventos adversos expressivos (MAKINO, 2016; HUMPHREY; CARTER; SIMKINS, 2016). Os resultados empresariais podem ser afetados por negligências operacionais ou desastres sociais e ambientais, gerando prejuízos e atingindo diretamente a credibilidade institucional e, consequentemente, os resultados econômicos e financeiros das empresas. O objetivo desse trabalho foi analisar como o mercado acionário reage a desastres ambientais no setor de mineração.
Esta pesquisa partiu do pressuposto de que falhas operacionais graves, com grandes impactos sociais e ambientais, deflagram fragilidades de governança e podem reduzir o valor das empresas (AMEL-ZADEH; SERAFEIM, 2018). No entanto, há outros fatores que influenciam a variação dos preços das ações que incluem a competitividade presente no mercado (RAGIN; XU, 2019), os índices de sustentabilidade (HAWN; CHATTERJI; MITCHELL, 2017), e os indicadores econômicos e financeiros obtidos através da análise de relatórios contábeis (UTAMI; NUGROHO, 2018).
Por meio de uma abordagem qualitativa, buscou-se explicar a precificação das ações antes e após o rompimento de barragens de Mariana e Brumadinho. Utilizou-se a triangulação de três diferentes métodos de análises para identificação do comportamento das ações com índices setoriais, e analisou-se três dimensões de elos de confiança, quais sejam: (i) o primeiro, a sustentabilidade, por meio de análise gráfica; (ii) o segundo, a governança, relativizando com o nível de competitividade do mercado; e (iii) o terceiro, os resultados financeiros, realizando a análise fundamentalista.
Observou-se após Mariana, uma completa recuperação das empresas Vale e BHP nas bolsas B3 e NYSE, que pode ter sofrido a influência da credibilidade histórica das empresas, que já atuavam por muitos anos no mercado, como observado em outras pesquisas (CAPELLE-BLANCARD; PETIT, 2017), mas teve perdas importantes na NYSE, especialmente no primeiro ano após o evento. Embora a boa reputação possa atenuar perdas, a reincidência do desastre em Brumadinho representou a perda da liderança mundial da produção de minério de ferro.
Por fim, para entender como o mercado acionário responde aos grandes acidentes ambientais, observou-se ao longo da pesquisa que tragédias provocadas por empresas causaram impactos devastadores no mercado acionário. Entretanto, o presente estudo, revelou que estes impactos podem variar em função de características do setor, como a competitividade existente, a credibilidade das empresas e a maturidade do mercado. Além de outros fatores temporais de maior impacto também devem ser considerados, como a proximidade da ocorrência dos desastres.
CAPELLE-BLANCARD, G.; LAGUNA, M. A. How does the stock market respond to chemical disasters? Journal of Environmental Economics and Management, v. 59, n. 2, p. 192-20 AMEL-ZADEH, A.; SERAFEIM, G. Why and How Investors Use ESG Information Evidence from a Global Survey. Financial Analysts Journal, v. 74, n. 3, p. 87-103, 2018. 5, 2010. RAGIN, M.; XU, J. An Ex Post Assessment of Investor Response to Catastrophes. North American Actuarial Journal, v. 23, n. 2, p. 250-275, 2019.