Resumo

Título do Artigo

GOVERNANÇA E GESTÃO DE CRISE NO TERCEIRO SETOR
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Palavras Chave

Governança.
Gestão de crise.
Terceiro Setor.

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Governança Corporativa

Autores

Nome
1 - Amanda de Paula Aguiar Barbosa
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA/FEA-USP
2 - Angélica Catarine da Mota Araújo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG) - Campina Grande-Paraíba

Reumo

As organizações do terceiro setor, apesar de não distribuírem resultados financeiros, também possuem relações de agência entre os gestores da organização (agentes) e seus doadores e voluntários (principais). No contexto atual, marcado pela crise devido a pandemia do coronavírus (covid-19), além da necessidade de uma governança efetiva, as organizações do terceiro setor ainda devem contar com a gestão de crise, que consiste na preparação e aplicação de “estratégias” e táticas que possam prevenir ou modificar o impacto de grandes acontecimentos na companhia ou na organização.
No entanto, ainda são escassos na literatura estudos que relacionem a gestão de crises com a governança do terceiro setor. Neste aspecto recebe importância a necessidade de analisar a aplicação prática da gestão de crises na governança do terceiro setor. Para tanto, pretende-se responder ao seguinte problema de pesquisa: Como a gestão de riscos é aplicada à governança no terceiro setor? Para responder a esse questionamento, propõe-se como objetivo geral: Analisar através de um caso emblemático a aplicação de gestão de riscos à governança corporativa no terceiro setor.
A governança se aplica nas organizações e na sociedade, onde há necessidade de articulação de pessoas e grupos com diversidade de interesses e expectativas (Guimarães, 2008). A gestão de crise pode contribuir na gestão das organizações do terceiro setor através das seguintes categorias: prevenção de crises, planejamento de procedimentos de contingências, atenção direcionada aos stakeholders, comprometimento da direção, comunicação, estímulo da liderança, manutenção de valores organizacionais, criatividade, rapidez nas ações e cuidados pós-crise (Shinyashiki et al., 2007).
A presente pesquisa assume abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, com escopo temporal transversal, através de um caso emblemático. O caso escolhido foi o Instituto Banco Palmas, uma organização do terceiro setor que é modelo para desenvolvimento de bancos comunitários no Brasil. O roteiro de entrevistas foi desenvolvido de maneira semiestruturada, construído a partir da adaptação de Shinyashiki et al. (2007). Para análise e tratamento dos resultados, foi utilizada a ferramenta de análise qualitativa Atlas.ti.
Os elementos referentes à gestão de crises são relacionados a: Prevenção de crises; Planejamento de procedimentos de contingências; Rapidez nas ações; Estímulos e comprometimento da liderança; Criatividade e os Cuidados pós-crise. Para a Governança do Terceiro Setor foram identificados elementos relacionados à: Defesa das Minorias e Parcerias. No que tange os elementos comuns à Governança do Terceiro Setor e à Gestão de Crises foram analisados: Atenção direcionada aos stakeholders; Comunicação e Manutenção dos valores organizacionais, e Engajamento da equipe de trabalho.
As medidas emergenciais de enfrentamento à crise desenvolvidas pelo Instituto Palmas, tais como o Plano Paul Singer para geração de emprego e renda na região, a assistência a comunidade nas fases críticas da crise e a agilidade em tomar decisões demonstram que a organização estudada aplica elementos da gestão de crises sugeridos pela literatura. Os desafios impostos às organizações sociais, requer uma governança que considere a gestão de crise, adotando medidas emergentes e ágeis para atender a comunidade nos mais diversos segmentos.
Guimarães, L. S. R. (2008). Governança no terceiro setor: estudo descritivo-exploratório do comportamento de conselhos curadores de fundações empresariais no Brasil. Universidade de São Paulo. Kisil, M., & Spercel, T. (2019). Organizações da Sociedade Civil: Melhores Práticas de Governança para Terceiro Setor. Shinyashiki, R. T., Fischer, R. M., & Shinyashiki, G. (2007). A importância de um sistema integrado de ações na gestão de crises. Organicom, 4(6), 148–159