Resumo

Título do Artigo

A PERCEPÇÃO DE PRODUTORES DE CAFÉ EM RELAÇÃO AOS SERVIÇOS PRESTADOS POR UMA COOPERATIVA DA REGIÃO DAS MATAS DE MINAS
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Palavras Chave

Cooperativismo
Cafeicultores
Percepção de cooperados

Área

Agribusiness

Tema

Cooperativas

Autores

Nome
1 - Jaqueline Werner Honório
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS (UEMG) - Carangola em Minas Gerais
2 - Mayara Fonseca Pinheiro
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS (UEMG) - Carangola
3 - Ronan Leandro Zampier
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS (UEMG) - Carangola

Reumo

Minas Gerais é o segundo maior estado do Brasil em número de cooperativas, e o desempenho elevado destas organizações se reflete no aumento de sua movimentação econômica, que em 2018 chegou a R$53,6 bilhões. (OCEMG, 2019). Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2018) o estado mineiro configura como o maior produtor de café do país, com 31,9 milhões de sacas. Além disso, a OCEMG (2019) destaca que 48,33% do café produzido em território mineiro passa por cooperativas.
Considerando que o cooperativismo é a união de pessoas para o alcance do bem comum, como também a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos e da comunidade, conforme a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB, 2020), percebeu-se a necessidade de analisar os serviços prestados pelas cooperativas pela perspectiva dos cooperados. Diante disso, o objetivo da presente pesquisa consistiu em analisar como os produtores de café da região das Matas de Minas percebem os serviços prestados pela cooperativa da qual são associados.
Estevam, Salvaro e Busarello (2015) evidenciam que após aderirem ao cooperativismo os agricultores obtiveram aumento na quantidade produzida e no fluxo de comercialização de seus produtos. Segundo Marschall (2009), os motivos que levam os associados a ingressarem na cooperativa são: segurança, assistência técnica, armazenagem, preços, crédito, conta capital, sobras, influência de pais/parentes, agroindústrias, atividades sociais e benefícios sociais. Entretanto, em relação às possíveis barreiras para adesão ao cooperativismo, há o receio sobre a maneira como o cooperativismo funciona.
A investigação foi conduzida utilizando a abordagem qualitativa, com característica descritiva. A técnica de coleta de dados empregada foi a entrevista com roteiro semi estruturado. O corpus da pesquisa foi composto de nove entrevistas realizadas com cafeicultores associados a uma cooperativa das Matas de Minas. Os sujeitos da pesquisa foram selecionados a partir dos critérios de acessibilidade e conveniência, recrutados a partir de suas visitas à cooperativa. As entrevistas foram gravadas em áudio, transcritas na íntegra, e submetidas à Análise de Conteúdo, proposta por Bardin (1977).
Entre os serviços vistos positivamente pelos produtores estão a geração de conhecimento, aumento da renda, comodidade da venda na propriedade, facilidade no pagamento e competência dos colaboradores. Já os geradores de insatisfação encontraram-se: venda empurrada pelo técnico, dificuldade na comercialização de café e outros produtos do cooperado, lentidão na busca do café do cooperado no terreno. Serviços como assistência técnica, entrega e busca de produtos, atendimento, preço, disponibilidade de produtos e a resolução de problemas dividem as percepções entre satisfatórios e insatisfatórios.
Conclui-se que o cooperativismo foi e continua sendo um meio de desenvolvimento para a agricultura familiar local e os cafeicultores apresentam motivações e satisfação com a vinculação à cooperativa, entretanto, ainda há desafios a serem enfrentados e lacunas na prestação de serviços a serem observados pela cooperativa a fim de melhorar ainda mais a qualidade de vida e a prosperidade dos negócios dos cooperados.
MARSCHALL C. R. Motivações para o cooperativismo na pequena propriedade. O&S - Salvador, v. 16 - n. 49, p. 287-306, abr.-jun. 2009. SILVA, C. M.; CORDEIRO F. H.; PAULA M. C. DE. Eficiência dos princípios cooperativistas na Coapil para promover o desenvolvimento sócio-econômico dos cooperados e colaboradores. Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural (SOBER). Fortaleza, 2006. SOBREIRO, W. P.; BODART C. N. Cooperativismo Agropecuário: a percepção de cooperados em relação aos seus negócios. Perspectivas Online: Humanas & Sociais Aplicadas. Campos dos Goytacazes, 2016.