Resumo

Título do Artigo

DIVERSIFICAÇÃO, BEM-ESTAR FINANCEIRO E QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE: ESTUDO COM INVESTIDORES BRASILEIROS
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Palavras Chave

Diversificação de Ativos
Bem-Estar Financeiro
Qualidade de vida e saúde

Área

Finanças

Tema

Finanças Comportamentais

Autores

Nome
1 - Flávia Barbosa de Brito Araújo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN
2 - Fernanda Maciel Peixoto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN
3 - Pablo Rogers
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Gestão e Negócios
4 - Dany Rogers
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FACES

Reumo

Na última década, o tema diversificação tem atraído a atenção dos estudiosos (Hanson & Kalthoff, 2018), uma vez que é uma prática de investimentos que busca minimizar os riscos e maximizar os retornos da carteira de ativos. Nota-se que as estratégias de investimentos são capazes de reduzir ou aumentar a riqueza e o bem-estar do indivíduo (Feng et al., 2019). O bem-estar financeiro (BEF) está relacionado também a qualidade de vida, ansiedade e depressão (Rogers, Armada & Rogers, 2020) e ao mercado de ações (Collins & Urban, 2018).
Não foram encontrados estudos no Brasil e no exterior que abordassem a relação entre diversificação, qualidade de vida e saúde mental, e o papel mediador do bem-estar financeiro, portanto objetivo deste estudo. Para preencher essa lacuna, elaborou-se a seguinte pergunta de pesquisa: De que forma o nível de diversificação se relaciona com o bem-estar financeiro, a qualidade de vida e saúde, depressão e ansiedade dos investidores brasileiros? A relação entre o nível de diversificação e qualidade de vida e saúde poderia ser mediada pelo Bem-Estar Financeiro?
A literatura utilizada apoiou-se em estudos sobre decisões de investimentos, Bem-Estar financeiro (BEF) e qualidade de vida e saúde. Patterson e Daigler (2014) relataram que o retorno de um investimento e a diversificação estão associados com características de saúde mental (i.e., depressão). No Brasil, foram realizados estudos sobre a satisfação global com a vida, BEF e qualidade de vida (Campara, Vieira & Potrich, 2017), endividamento e qualidade de vida e saúde mental (Souza, Rogers & Rogers, 2019) e BEF, qualidade de vida e saúde (ansiedade e depressão) (Rogers, Armada & Rogers, 2020).
Este estudo utilizou dados de 1047 investidores cadastrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Como proxy de diversificação, adotou-se a soma dos ativos. Para medir QVS, adotou-se a escala World Health Organization Quality of LifeBref da Organização Mundial da Saúde, enquanto para ansiedade e depressão, usou-se o inventário de Beck. Quanto à análise, empregou-se o método Robust Diagonally Weighted Least Squares (DWLS) para Modelagem de Equações Estruturais (SEM), no software JASP 0.14.1. Para análise de mediação, utilizou-se Unweigheted Least Squares (ULS) no software Amos v.24.
Os achados indicaram que a diversificação pode impactar no aumento dos níveis de ansiedade e depressão e reduzir a QVS no curto prazo, mas quando mediada pelo BEF, pode impactar na redução dos níveis de ansiedade e depressão e aumentar a QVS. Constatou-se uma forte relação de mediação do BEF entre o grau de diversificação e as escalas de QVS (qualidade de vida e saúde), ansiedade e depressão. Em suma, o estudo mostrou que o BEF medeia aproximadamente 28% da relação entre diversificação e qualidade de vida, 19% da relação com ansiedade e 34% em relação a depressão.
Este estudo amplia as perspectivas dos estudos de Finanças e Saúde Mental e possibilita um novo olhar sobre o perfil dos investidores. Conclui-se que o mesmo alcançou seu objetivo principal, que era investigar a relação entre diversificação, BEF e QVS, e compreender como o BEF medeia essa relação. Os resultados indicaram que a diversificação (curto prazo) impacta negativamente a QVS, aumentando os níveis de ansiedade e depressão, corroborando com Patterson e Daigler (2014). Por outro lado, para Kadoya e Khan (2017) ativos e renda reduzem a ansiedade, pois proporcionam maior solidez financeira.
Campara, J. P., Vieira, K. M., & Potrich, A. C. G. (2017). Satisfação Global de Vida e Bem-Estar Financeiro: desvendando a percepção de beneficiários do Programa Bolsa Família. Revista de Administração Pública, 51(2), 182-200. https://doi.org/10.1590/0034- 7612156168 Rogers, D. S.; Armada, M.J.R.; & Rogers, P. S. (2020). Bem-estar Financeiro, Saúde e Qualidade de Vida de um Investidor. XLIV Encontro da ANPAD - EnANPAD2020. Evento on-line - 14 a 16 de outubro de 2020.