Resumo

O diálogo teórico-metodológico entre a abordagem da estratégia como prática e outras abordagens formuladas por teóricos sociais tem produzido contribuições significativas para o avanço do conhecimento sobre o “fazer estratégia”. A articulação entre o novo institucionalismo e a abordagem da estratégia como prática tem sido estimulada e articulada por diversos pesquisadores da área de administração. Contudo, não temos uma visão integrada sobre como esta articulação teórica tem sido construída e explorada por pesquisadores brasileiros e estrangeiros.

Considerando os aspectos introdutórios, o presente artigo visa responder a seguinte questão norteadora: “Como a articulação entre Estratégia como prática e a Teoria Institucional tem sido pesquisada na literatura nacional e internacional?”. Este trabalho, portanto, tem por objetivo mapear e estruturar uma revisão integrativa sobre esta articulação teórica à luz da literatura nacional e internacional, a partir de artigos publicados nas bases Scielo, Scopus e Web of Science.

Articula-se a Estratégia como Prática (ECP) e Teoria Institucional (TI). No que tange a ECP, Whittington (1996) define a estratégia como práticas cotidianas que são desenvolvidas e realizadas nas organizações, intermediadas por diferentes ações, interações sociais e desenvolvimento de habilidades. Já com a TI observa-se como as interações entre os contextos culturais e políticos alinhados à ação humana na busca por legitimidade organizacional e comportamental ocorre através das instituições (PEREIRA, 2012). Este diálogo pode ser capaz de superar as críticas que ambas correntes recebem.

A estratégia como prática e a teoria institucional possuem proximidades ontológicas e epistemológicas, o que pode favorecer o desenvolvimento de pesquisas sob esta perspectiva. Conforme apontado por Suddaby, Seidl e Lê (2013), há um interesse e uma necessidade de se desenvolver a abordagem da Estratégia como Prática como uma perspectiva organizacional. Uma das possibilidades deste avanço é a possível confluência entre o neoinstitucionalismo e a Estratégia como Prática.

Há uma predominância de estudos teóricos. Os estudos empíricos articularam a estratégia como prática com conceitos mais relacionados com o neoinstitucionalismo, tais como mecanismos isomórficos como principal conceito adotado para se explicar o desenvolvimento da estratégia como prática. Foi possível também identificar a busca por aplicação de conceitos como legitimação e ação intencionada dos atores. Reforça-se a importância de se trabalhar a estratégia como prática em conjunto com as correntes contemporâneas do institucionalismo.

PEREIRA, F. A. A evolução da teoria institucional nos estudos organizacionais: um campo de pesquisa a ser explorado. Revista Organizações em Contexto, v. 8, n. 16, p. 275-295, 2012. SMETS, M.; GREENWOOD, R.; LOUNSBURY, M. An institutional perspective on strategy as practice. The Cambridge handbook of strategy as practice, v. 2, p. 283-300, 2015. TORRACO, R. J. Writing integrative literature reviews: Using the past and present to explore the future. Human resource development review, v. 15, n. 4, 2016. WHITTINGTON, R. Strategy as practice. Long range planning, v. 29, n. 5, p. 731-735, 1996.