Resumo

No contexto das cidades inteligentes, um desafio que se apresenta é como avaliar se as cidades contam com as capacidades de tecnologias de informação e comunicação (TIC) necessárias e suficientes para que possam evoluir no processo de transformação digital e imprimir maior inteligência na gestão e na oferta de infraestruturas e serviços com vistas à realização do conceito de cidade inteligente, consideradas as características singulares das cidades brasileiras.

Para os efeitos desse trabalho, um modelo avaliativo de TIC e embarcado em um sistemas nomeado por urbeSys foi aplicado nas cidades de Barueri, Campinas, Itapetininga, Presidente Prudente, Registro, São Caetano do Sul, Santos, Sorocaba, Suzano, Ubatuba e Votorantim, com o objetivo de analisar as cidades por meios das dimensões apresentadas na estrutura do modelo e verificar como elas implementam suas iniciativas de transformação digital para se transformarem em cidades inteligentes.

As tecnologias e sistemas de informação empregados na gestão das cidades devem atuar como um sistema robusto e integrado, derivado de uma arquitetura abrangente, escalável e interoperável, atendendo a todos os domínios e dimensões das cidades, resguardadas suas características e necessidades singulares da sociedade local.

O conceito de cidade inteligente tem sido impulsionado e desafiado pela transformação digital. Por meio do uso estratégico, diversificado e priorizado de tecnologias digitais, ela tem motivado e acelerado a dinâmica de mudanças e as possibilidades não somente no setor privado, mas também nos governos, agências do setor público e organizações não governamentais envolvidas no enfrentamento de desafios sociais, ambientais e econômicos contemporâneos. O objetivo é avaliar as condições de TIC em onze cidades paulistas a partir da aplicação de um modelo avaliativo.

Os resultados indicam a pertinência e aplicabilidade do modelo embarcado no sistema urbeSys que identificou e analisou individualmente e comparativamente os estágios de prontidão das TIC das cidades escolhidas para o estudo em sessenta dimensões correspondentes às áreas da gestão das cidades. O modelo foi capaz de identificar as áreas deficientes e indicar oportunidades de melhorias. Para além disso, a aplicação da correlação de Pearson mostra que o IDH-M e a Avaliação de TI aferida guardam forte correlação positiva (ρ = 0,89) entre si.

Contribuir com o poder público em suas iniciativas de aprimoramento da gestão e da dinâmica urbana, não somente por meio do apontamento de deficiências e limitações na aplicação de TIC, mas também e principalmente por meio da proposição de caminhos para o melhor uso das TIC em favor das partes interessadas.