A figura do Empreendedor: Perfil, Personalidade, Comportamento e Competências
Autores
Nome
1 - Milena Abreu Avila UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - DAE
2 - Camila de Assis Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
3 - Daniela Meirelles Andrade UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
4 - Vinícius Batista Gonçalves UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras
Reumo
A literatura científica tem questionado a perspectiva individual do empreendedorismo, porque a função de empreender não deve ser visualizada como um atributo de poucos, pois essa concepção tende a limitar o fenômeno (ALVAREZ; BARNEY, 2007). Destarte, denota-se que diversos estudiosos do campo têm buscado um desenvolvimento teórico mais robusto da área, deslocando-se o foco da perspectiva individual do fenômeno para a ação empreendedora (MCMULLEN; SHEPHERD, 2006; ALVAREZ; BARNEY, 2007; KLEIN, 2008; SPEDALE; WATSON, 2014; NASCIMENTO; ANDRADE, 2019; DIMOV; PISTRUI, 2019; LACERDA; ANDRADE, 2020).
Visto a necessidade de um desenvolvimento mais robusto sobre o campo de estudo da ação empreendedora, indaga-se: Como o campo científico da ação empreendedora têm evoluído diante a literatura científica internacional? Assim, o presente artigo tem como objetivo compreender o campo científico da ação empreendedora, identificando quais as principais estruturas conceituais estão sendo desenvolvidas acerca da temática em âmbito internacional.
A falta de uma estrutura conceitual bem delimitada sobre o empreendedorismo implicou no fato de que grande parte das pesquisas existentes focassem na atuação de um único indivíduo, o empreendedor, em detrimento da ação empreendedora, ou seja, dos feitos e das práticas resultantes desse processo (SHANE; VENKATARAMAN, 2000; MCMULLEN; SHEPHERD, 2006; ALVAREZ; BARNEY, 2007; GOMES; LIMA; CAPPELLE, 2013; SPEDALE; WATSON, 2014; SHEPHERD, 2015; DIMOV; PISTRUI, 2019; LACERDA; ANDRADE, 2020).
Os estudos sobre a ação empreendedora são recentes e ainda pouco explorados na literatura científica internacional e começaram a ser desenvolvidos devido ao fato de que durante muito tempo as pesquisas sobre empreendedorismo priorizaram o indivíduo empreendedor em detrimento às ações empreendedoras (SHANE; VENKATARAMAN, 2000; GOMES; LIMA; CAPPELLE, 2013; DIMOV; PISTRUI, 2019). Os resultados do artigo demonstram que as pesquisas sobre a temática apresentam uma taxa de crescimento anual de aproximadamente 12,69%, fato que revela expectativas de crescimento do campo.
O campo da ação empreendedora ainda requer um desenvolvimento teórico e empírico mais robusto, a fim de estabelecer e contribuir para a construção de uma estrutura conceitual bem delimitada. Identificou-se que existem estudos promissores acerca da temática que possibilitaram o intercâmbio do conceito da ação empreendedora à diversas áreas do conhecimento. Contudo, essa multifacetação do campo abriu espaço para que estudos enquadrassem casos e experimentos aleatórios como empreendedores, entretanto, sem considerável rigor científico e vínculo teórico-empírico (SHANE; VENKATARAMAN, 2000).
ALVAREZ, S. A.; BARNEY, J. B. Discovery and creation: alternative theories of entrepreneurial action. Strategic Entrepreneurship Journal, v. 1, n. 1‐2, p. 11-26, 2007.DIMOV, D.; PISTRUI, J. Recursive and discursive model of and for entrepreneurial action. European Management Review, v. 17, n. 1, p. 267-277, 2020.FRESE, M. Toward a psychology of entrepreneurship: an action theory perspective. Now publishers Inc, 2009.GOMES, A. F.; LIMA, J. B.; CAPPELLE, M. C. A. Do empreendedorismo à noção de ações empreendedoras: reflexões teóricas. Revista Alcance (Online), v. 20, n. 2, p. 203-220, abr./jun.