Resumo

Para Costa e Oliveira (2015) fatores corporativos explicam o grau de cumprimento dos requisitos da divulgação sobre ativos imobilizados. Embora o CPC 27 estabeleça itens de evidenciação obrigatória, estudos demonstram variações na aderência aos requisitos. Kaveski, Carpes e Klann (2015) verificaram uma média de 59% de evidenciação dos requisitos de divulgação em empresas de capital aberto no Brasil. Da mesma forma, Costa e Oliveira (2015) em pesquisa realizada junto às empresas cotadas na Euronext Lisboa, constataram um grau de cumprimento médio dos requisitos de divulgação da IAS 16 de 67,3%.

A pesquisa teve como objetivo identificar os fatores que explicam o nível de disclosure relativo ao CPC 27 – Ativo Imobilizado das empresas de capital aberto listadas no segmento do Novo Mercado, da B3, referente ao exercício de 2018, considerando como prováveis determinantes as variáveis Tamanho, Endividamento, Rentabilidade e Big Four.

Verrecchia (2001) propõe cinco hipóteses para teste empírico do disclosure voluntário, afirmando que o nível de disclosure tem correlação: (1) Positiva com o desempenho da empresa, (2) Negativa com os custos de divulgação, (3) Positiva com o nível de assimetria informacional entre os investidores externos e a empresa, (4) Positiva com a importância dada pela firma às percepções dos outsiders, e (5) Positiva com o nível passado de divulgação.

A pesquisa é classificada como descritiva e quantitativa, e quanto aos delineamentos, bibliográfica e documental. A amostra é composta por 119 empresas listadas na B3, do segmento Novo Mercado, referente ao exercício de 2018. Como instrumento de coleta de dados, foi elaborado um check list composto por 16 itens extraídos do CPC 27 – Ativo Imobilizado. Foram utilizadas três técnicas de análise de dados: 1) estatística descritiva; 2) correlação de Pearson; e 3) análise de regressão múltipla.

Os setores de Consumo não Cíclico, Bens Industriais e Materiais Básicos obtiveram os maiores níveis de disclosure, com 97,43% de suas empresas nos quartis superiores de disclosure. Como resultado, foi constatado que a variável Tamanho influencia significativamente a variável NDAI, corroborando com a hipótese H1, ou seja, quanto maior o tamanho da empresa, maior será o seu Nível de Disclosure do Ativo Imobilizado. Não foram verificadas relações significativas entre as variáveis Endividamento, Rentabilidade e Big Four com a variável NDAI, portanto rejeitando as hipóteses H2, H3 e H4.

Constatou-se que as empresas divulgaram em média 71,52% dos itens solicitados no CPC 27 – Ativo Imobilizado, apresentando considerável crescimento ao longo do tempo, comparando com pesquisas anteriores. Os resultados demonstraram que a variável independente Tamanho influencia significativamente a variável dependente Nível de Disclosure do Ativo Imobilizado, porém não foram encontradas relações significativas entre as variáveis Endividamento, Rentabilidade e Big Four com a variável dependente.

COSTA, F. J. F da. OLIVEIRA, L. A. M. de. A divulgação dos ativos fixos tangíveis segundo a IAS 16 e o seu grau de cumprimento. Rev. Innovar, Edición Especial, v. 25, p. 47-60. 2015 KAVESKI, I. D. S.; CARPES, A.; KLANN, R. C. Determinantes do nível de conformidade das evidenciações relativas ao CPC 27 em empresas do novo mercado da BM&FBovespa. Revista Catarinense de Ciência Contábil, Florianópolis, v. 14, n. 41, p. 33-45, abr. 2015. VERRECCHIA, R. E. Essays on disclosure. Journal of Accounting and Economics. Amsterdam: v. 32, n. 1-3, p. 97-180, dec. 2001