Resumo

O gerenciamento organizacional de projetos está relacionado à execução da estratégia e fornece uma estrutura que habilita as organizações a realizar a estratégia organizacional de forma consistente e previsível, produzindo melhor desempenho, melhores resultados e uma vantagem competitiva sustentável (PMI, 2017). Ao atuar nas instituições públicas um Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGP) agrega valor, agilidade e praticidade à coisa pública, especialmente na entrega de um bem ou serviço com padrão de qualidade desejável (PINTO, 2016).

Este trabalho pretende responder à seguinte questão: Quais critérios devem ser levados em consideração na implementação, de forma sustentável, de EGPs em Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) a partir de lições aprendidas por outras instituições durante esse mesmo processo? Tem como objetivo identificar critérios para a implementação sustentável dos Escritórios de Gerenciamento de Projetos em IFES.

A implementação de um Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGP) estabelece um departamento flexível, dinâmico e polivalente que vincula as intenções estratégicas com a realização de projetos de forma a garantir o alcance de resultados satisfatórios, além de direcionar a organização para obter um melhor desempenho (DARLING; WHITTY, 2016). A abordagem teórica, contempla, dessa forma, o Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGP) a partir das seguintes perspectivas: Serviços realizados; Classificações dos tipos; Etapas previstas para a implementação. Também, sobre EGPs em IFES.

O estudo se enquadra quanto à natureza, como uma pesquisa aplicada. Sob o ponto de vista dos objetivos, se caracteriza como uma pesquisa exploratória, visto que apresenta um tema pouco explorado. Com relação à abordagem de pesquisa, tem caráter quantitativo. Em relação ao procedimento metodológico, pode ser classificada como um levantamento (survey), tendo como ferramenta de suporte ao levantamento a aplicação de questionários às IFES.

Dos 100 questionários enviados, 64 foram respondidos, sendo que 17% das instituições declararam ter implementado o EGP, ou estar em processo de implementação. De acordo com esse cenário, foi constatado que a implementação dessa unidade em IFES ainda não é uma prática frequente. Considerando as instituições que declararam possuir EGPs, foram apresentados os aspectos relacionados à etapa de implementação e os critérios identificados pelas IFEs, a partir das lições aprendidas durante o processo de implementação, como relevantes para a implementação sustentável dos EGPs.

Reforçada a importância do alinhamento e apoio da alta administração e a capacitação dos profissionais para a implementação dos EGPs em IFES. Outras contribuições nesse sentido estão relacionadas a não seguir um modelo padronizado de EGP, o modelo a ser usado que deve ser adaptado às expectativas e necessidades da alta direção; Um EGP deve ser reestruturado sempre que houver necessidade e que, normalmente, mudanças estratégicas e no modelo de negócios exigem rápida alteração da atuação do EGP. Também, a importância de oferecer formação básica de gestão de projetos para a equipe técnica.

DARLING, E. J.; WHITTY, S. J. The project management office: It’s just not what it used to be. International Journal of Managing Projects in Business, v. 9, n.2, p. 282-308, 2016. PINTO, A. PMO Value Ring: Definindo o Headcount e as Competências do PMO. 2a ed. Revista Mundo PM, 2016. PMI - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK®). Sexta edição, Project Management Institute Inc., 2017.