Resumo

Título do Artigo

SOMOS O QUE CONSUMIMOS OU CONSUMIMOS O QUE SOMOS? A SIMBOLOGIA NO ATO DE CONSUMIR DA SOCIEDADE CAPITALISTA
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Palavras Chave

Consumo
Simbolismo
Pertencimento

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades

Autores

Nome
1 - Mitali Daian Alves Maciel
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA (UNIPAMPA) - Campus Santana do Livramento
2 - Alessandra Garcia Machado Nunes
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA (UNIPAMPA) - Campus Santana do Livramento
3 - Carolina Freddo Fleck
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA (UNIPAMPA) - Campus Santana do Livramento
4 - ALESSANDRA TROIAN
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA (UNIPAMPA) - Santana do Livramento

Reumo

O ato de consumir é inerente à vida humana, ele age como mediador nas relações sociais, que é próprio da dinâmica capitalista. O consumo é percebido como um dos elementos condicionantes dos sujeitos, remetendo-os a um sentimento de pertencimento a certa classe social, isto é, a certo padrão de consumo, o qual orienta a vida econômica, social e política da sociedade moderna. Dessa forma, o consumo pode beneficiar a qualidade de vida das pessoas, contribuindo para o bem-estar, através do acesso a produtos e serviços, por outro, pode acentuar exclusões e desigualdades sociais.
Partindo da compreensão de que o ato de consumir adquire distintos sentidos e relações, abre-se o caminho para diferentes investigações. A partir da diversidade de olhares, o consumo extrapola o significado econômico, traduzindo-se num acontecimento, sobretudo social. Fundamentalmente, o consumo está relacionado às distintas atividades das classes sociais, mediante suas contribuições relativas às funções mercadológicas e ao trabalho. Nesse sentido, o presente estudo tem como propósito analisar os sentidos e significados incorporados à ação de consumir na sociedade capitalista.
O estudo se baseia em três bases argumentativas: Por meio de Veblen, estudou-se a presença de instituições, especialmente hábitos mentais enraizados socialmente como mecanismo para a determinação do consumo conspícuo (VEBLEN, 1974; 1989). A partir de Bourdieu, analisou-se as relações entre o consumo e as classes sociais, com a visão que investiga grupos de status, distinção e simbologia no ato de consumir (BOURDIEU, 2008; 2009). Através do olhar de Bauman, destacou-se que o consumo deixou de ser o elemento de inclusão e assim, a sociedade tornou-se uma sociedade de consumidores (BAUMAN, 2008).
Veblen ressalta a ideia de que o consumo assegura honra e representa o sentimento de superioridade em relação aos demais. Em Bourdieu o consumo simbólico e as marcas de distinção/status, mostram o significado diante a sociedade e evidencia o desejo de pertencer a certa classe social. Em Bauman observou-se que o consumo estrutura e organiza as relações sociais. As principais convergências sobre consumo foram: a decisão de consumir vai além de uma decisão econômica; sentimento de pertencimento a determinado grupo; significado subjetivo diante da sociedade; e um meio de inclusão e exclusão.
Os seres humanos são capazes de consumir para atingir a satisfação pessoal e até mesmo para obter reconhecimento perante a sociedade. Percebe-se que o mero consumo conspícuo de bens simbólicos, que garantam prestígio e os usos atribuídos aos objetos e a velocidade de troca, tornaram-se definidores do pertencimento a uma elite, da inclusão e exclusão social. Pode-se ensaiar uma interpretação realista da sociedade atual, refletindo sobre quão simbólico é o ato de consumir e que somos o que consumimos, mas o consumo não pode representar a totalidade do que somos, enquanto sujeitos.
BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. BAUMAN, Z. Vida para consumo: A transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2008. BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2009. VEBLEN, T. A teoria da classe ociosa: um estudo econômico das instituições. São Paulo: Nova Cultural, 1974. VEBLEN, T. The Instinct of Workmanship and the State of Industrial Arts (1ª edição: 1914). New Brunswick: Transaction Publishers, 1989.