Resumo

Título do Artigo

Produtividade em pesquisa: Um modelo em painel realizado na área das Ciências Sociais Aplicadas, nos anos 2013-2017.
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Palavras Chave

Produtividade em pesquisa
Painel dinâmico
Painel estático

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Métodos e Técnicas de Pesquisa

Autores

Nome
1 - ELIANE ALMEIDA DO CARMO
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia
2 - Gardênia da Silva Abbad
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Instituto de Psicologia

Reumo

A produção de conhecimento científico tem aumentado nas últimas décadas. E o Brasil acompanha esse crescimento. Em 2015 o País ocupava a 23ª posição mundial em número de artigos (Nature, 2015). Dois anos depois já ocupava a 13ª. Superando países como Índia, Rússia, México e Japão (Clarivate Analytics, 2017). Mas o país ainda continua abaixo da média mundial em termos de citação, mesmo com o aumento de 18% entre 2011 e 2016. Algumas áreas como a de meio ambiente e psiquiatria já possuem um impacto que se aproxima da média mundial. Já a área de Ciências Sociais está em sétimo lugar.
Este trabalho analisa como a produtividade em pesquisa na área de Ciências Sociais Aplicadas é influenciada pelo financiamento de pesquisa por meio de bolsas, a quantidade de docentes por discentes e a qualidade, medida pela pontuação do Qualis e se a produtividade em pesquisa sofre os efeitos de persistência do ano anterior. Para isso formulamos duas hipóteses: H1: a produtividade anual em pesquisa é determinada pela quantidade de docentes e bolsas do ano anterior; H2: a quantidade de artigos publicados em um período sofre efeito de persistência e é influenciada pela produtividade anterior.
O produtivismo acadêmico no Brasil surge ao final dos anos 70, juntamente com o sistema brasileiro de avaliação da pós-graduação. Nesse contexto muitas variáveis tem sido estudadas a fim de compreender o fenômeno. As mais pesquisadas são o gênero, idade, financiamento dentre outras. Convém notar que a institucionalização da pesquisa não avança no mesmo ritmo nas diversas áreas, tanto por força da história, quanto como resultado de políticas (Tourinho & Bastos, 2010). E, historicamente, as ciências humanas e ciências sociais aplicadas, sempre disputam com desvantagem (Morosini, 2009).
Foram utilizados dois tipos de painel: o clássico e o dinâmico, um para cada hipótese e cinco modelos foram gerados. Os dados são secundários e longitudinais, sobre 470 programas de pós-graduação da área de Ciências Sociais Aplicadas, no período de 2013 a 2017. A variável dependente utilizada nos modelos foi a quantidade de artigos científicos publicados pelos programas; e as variáveis independentes: a relação de quantidade de docentes por discentes; o número de bolsas concedidas pela CAPES (ambos defasados); e a pontuação recebida pelos artigos considerando o Qualis Capes.
O painel clássico final analisado foi o Mínimo Quadrado Ponderado (MQP), que demonstrou inconsistências em mais de um coeficiente. Desta feita, recorremos ao modelo dinâmico para analisar o ajustamento do modelo à teoria. O coeficiente de defasagem do número de artigos apresentou coeficiente positivo e significância ao nível de 1%, o que revela efeito de persistência e indica que o modelo dinâmico se ajusta melhor. Logo o estimador Arellano-Bond (1991) é apropriado para estimar o modelo de dados em painel dinâmico para a produtividade em pesquisa, considerando as variáveis independentes.
Conclui-se que o uso do MGM em primeira diferença, nesse caso, revelou ser o modelo mais apropriado, devido a presença de defasagem da variável dependente. O Modelo de efeitos fixos acabou por contrariar a teoria de base quando esta se refere à relação discente/docente. O que confirma a hipótese 2 e refuta a hipótese 1. Todos os fatores analisados têm efeito positivo e somente a relação entre a quantidade de discentes por docentes não foi significante, o que requer cautela nas conclusões, além de mais pesquisa. A variável Qualis também deve ser melhor investigada.
Clarivate Analytics. (2017). Research in Brazil: A report for CAPES. Retrieved from http://www.capes.gov.br/images/stories/download/diversos/17012018-CAPES-InCitesReport-Final Morosini, M. C. (2009). A Pós-graduação no Brasil: formação e desafios. RAES REVISTA ARGENTINA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, 1(1), 125–152. Nature. (2015). Latin America & Caribbean Islands. Nature, 522(7556), S26–S27. https://doi.org/10.1038/522S Tourinho, E. Z., & Bastos, A. V. B. (2010). Desafios da Pós-Graduação em Psicologia no Brasil. Psicologia: Reflexão e Crítica, 23, 35–46. https://doi.org/10.1590/s0102-7972201000040000