Resumo

O Diretor Presidente é responsável pelas principais decisões de uma empresa, devendo levar em consideração a maximização o valor do acionista. A partir desse entendimento, as empresas procuram recrutar profissionais com maior expertise acadêmica e profissional, o que resulta em uma maior sofisticação destes (Rezende, 2002), tendo em vista a preparação necessária ao cargo almejado. A expertise, acadêmica e/ou profissional, tem chamado a atenção de diversos estudos que procuram investigar as vantagens do capital intelectual à uma organização.

O impacto da expertise acadêmica e/ou profissional relacionada a finanças na tomada de decisões do gestor tem sido investigado em pesquisas. Contudo, itens distintos são utilizados, não sendo possível compreender o motivo pelo qual um item foi considerado relevante e os outros não. Observa-se uma carência de amarração teórica e de mensuração da aglomeração de expertises, que pode, por vezes, ter conduzido os autores a tais escolhas. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo respaldar teoricamente a formação do construto “Sofisticação Financeira”, e propor uma métrica para mensuração.

O cargo de Diretor Presidente exige tomada de decisões rápidas e racionais (Kahneman, 2012), de forma que os acionistas possuem crenças no seu capital intelectual. O capital intelectual pode ser constituído pelos conhecimentos acadêmicos e experiências profissionais, também qualificado por expertise. A literatura existente sobre capital intelectual e expertise dos gestores, permitiram a formação do construto de “Sofisticação Financeira”, que pode ser definido pelo conjunto de conhecimentos adquiridos ao longo da trajetória acadêmica e de experiências profissionais relacionadas às finanças.

A Sofisticação Financeira pode vir a provocar interferências no desempenho de uma empresa, tanto negativas quanto positivas, a depender do aspecto considerado. Os itens compreendidos no construto são desejados pelas empresas, uma vez que se deposita a crença de que a expertise de cada um dos itens conduz a decisões que maximizam o valor dos acionistas, como é o caso da gestão de riscos (Hsiao & Tsai, 2018). Contudo, há de se considerar que, por vezes, aspectos psicológicos podem se fazer presentes na tomada de decisões (Kahneman, 2012).

Indivíduos que ocupam o cargo de Diretor Presidente tendem a ter conhecimentos relacionados a finanças, uma vez que necessitam destes para tomar as decisões que lhe competem, sejam eles obtidos por meio de formação acadêmica ou experiências profissionais. A demanda por profissionais com maiores competências, motiva que os candidatos desenvolvam maior “Sofisticação Financeira”, ou seja: Formação Internacional; Formação Financeira; Experiência no Ramo; Experiência no Setor Financeiro; Experiência como Diretor Financeiro; Experiência como CEO; e Experiência Internacional.

Huang, S. (2014). Managerial expertise, corporate decisions and firm value: evidence from corporate refocusing. Journal of Financial Intermediation, 23(3), 348 -375. Hsiao, Y. J., & Tsai, W. C. (2018). Financial literacy and participation in the derivatives markets. Journal of Banking & Finance, 88, 15-29. Kahneman, D. (2012). Rápido e devagar: duas formas de pensar. Tradução Cássio de Arantes Leite. – Rio de Janeiro: Objetiva. Rezende, Y. (2002). Informação para negócios: os novos agentes do conhecimento e a gestão do capital intelectual. Ciência da Informação, 31(1), 75 – 83.