Resumo

Título do Artigo

GERAÇÃO DE PRÁTICAS DE RSC SOB A PERSPECTIVA DA PIRÂMIDE DE CARROLL: UM ESTUDO MULTISETORIAL
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Palavras Chave

Responsabilidade Social Corporativa.
Pirâmide de Carroll.
Dimensões econômica, legal, ética e filantrópica.

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

Autores

Nome
1 - LINDA JESSICA DE MONTREUIL CARMONA
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Programa de Pós-graduação em Administração (PPGAd/FURB)
2 - Edilson Bacinello
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Campus 1
3 - Sonia Gladis Holler
Universidade de Blumenau - Blumenau

Reumo

Evidências da preocupação da comunidade com a sociedade existem desde tempos remotos, mas documentos sobre Responsabilidade Social Corporativa (RSC) são produtos da segunda metade do século XX, principalmente de economias desenvolvidas. Com o tempo, o conceito tem-se formalizado, ganhando crescimento, precisão e validação empírica, vinculando-se a diversas teorias e abordagens. A literatura relata dificuldades para testar empiricamente os constructos de RSC, devido a que diversas definições e proposições limitam as comparações entre estudos, restringindo o desenvolvimento da pesquisa na área.
Esta pesquisa tem como objetivo analisar a associação das dimensões econômica, legal, ética e filantrópica, propostas por Carroll (1991) na geração de práticas de RSC, a partir da percepção de gestores e colaboradores de empresas da região do Vale do Itajaí – SC, que atuam em diversos níveis e setores organizacionais. A utilização desse modelo para o estudo das práticas de RSC em países em desenvolvimento é relevante pelo fato de testar sua aplicabilidade em economias fora do contexto anglo-saxão, origem da maioria dos estudos e modelos de RSC.
A pirâmide da RSC de Carroll (1979, 1991, 1999, 2016) retrata quatro componentes, em que o desempenho econômico fortalece os demais. Ao mesmo tempo, espera-se que os negócios obedeçam à lei, porque ela advém de uma codificação do aceitável e inaceitável do comportamento perante a comunidade. Em seguida, a RSC deve ser ética, implicando fazer o que é certo e justo, buscando minimizar o prejuízo dos diversos grupos de stakeholders. Finalmente, espera-se que a organização tenha a responsabilidade filantrópica, em que o negócio contribua com recursos financeiros e humanos para a comunidade.
A pesquisa teve dados primários provindos de um survey aplicado em uma amostra de 423 respondentes dos diversos níveis organizacionais de 114 organizações industriais, comerciais e de serviços da região do Vale do Itajaí/SC. O tratamento dos dados foi realizado mediante análise fatorial confirmatória, com uso de modelagem de equações estruturais por mínimos quadrados parciais (PLS) e análise das variáveis de controle mediante análise multigrupos. O questionário utilizado foi composto por 35 questões com uso de escala do tipo Likert de 7 pontos.
Os resultados confirmam as associações entre as dimensões propostas, exceto na relação direta entre a dimensão legal e a ética, demonstrando a necessidade de leis e regulamentos que favoreçam as atividades solidárias das empresas. Adicionalmente, constatou-se uma relação mais acentuada das dimensões econômica e filantrópica nas empresas de natureza comercial, frente às industriais e de serviços. Além disso, os resultados mostram que as dimensões possuem valores levemente equalizados, com a ordem de importância: legal, ética, econômica e filantrópica, diferente da ordem proposta pelo Carroll.
Os resultados permitem inferir que existe uma associação positiva entre as dimensões econômica, legal, ética e filantrópica da RSC, sugerindo que estes elos se reforçam nas atividades desenvolvidas pelas empresas, representando uma fonte de oportunidades, geração de riqueza e criação de valor. Por sua vez, evidenciou-se a não existência de relação entre as dimensões legal e filantrópica da RSC, demonstrando a necessidade de leis, normas e regulamentos que favoreçam as atividades solidárias das empresas, reforçando seu compromisso com as causas sociais.
Carroll, A. B. (1991). The pyramid of corporate social responsibility: Toward the moral management of organizational stakeholders. Business Horizons, 34(4), 39–48. Dabic, M., Colovic, A., Lamotte, O., Painter-Morland, M., & Brozovic, S. (2016). Industry-specific CSR: Analysis of 20 years of research. European Business Review, 28(3), 250–273. Duque, E., & Tellez, J. (2012). Creación de valor mezclado en las PyMEs latinoamericanas. In E. Raufflet, J. F. Lozano, E. Barrera, & C. García de la Torre (Eds.), Responsabilidad Social Empresarial. México D.F.: Pearson Education, Limited.