Resumo

Título do Artigo

BEE MY EARS E ECONOMIA CRIATIVA: alternativa digital para o mercado musical
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Palavras Chave

Indústrias criativas
Economia Criativa
Mercado de música

Área

Artigos Aplicados

Tema

Empreendedorismo, Tecnologia e Inovação

Autores

Nome
1 - Fábio Sabetta Morales
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração - Coordenação do Mestrado Profissional em Empreendedorismo
2 - Jane Aparecida Marques
EACH-USP - Escola de Artes, Ciências e Humanidades - Universidade de São Paulo - EACH - Curso de Marketing

Reumo

O mercado brasileiro de música, acompanhando as tendências internacionais, passou por grande reorganização nos últimos vinte anos. O fenômeno da revolução digital promoveu mudanças de produção, operacionais e estratégicas em todos os setores da economia, e alterou a forma e a maneira como o consumidor passa a adquirir bens e serviços. O presente relato técnico visa apresentar a plataforma Bee My Ears, modelo de negócios no segmento de música, lançado em 2018, no Brasil, pelo paulistano Bruno Justi, e sediada desde 2019 no estado de Delaware, nos Estados Unidos.
A Economia Criativa aparece cada vez mais como um dos eixos do desenvolvimento social presente e futuro. Além de ser tema constante na Conferência para o Desenvolvimento das Nações Unidas (UNCTAD, 2019), os conceitos de Economia Criativa e Indústrias Criativas vêm sendo rapidamente implementados em estudos e pesquisas de universidades da Europa e Austrália, mas também nos países em desenvolvimento. O Brasil é um dos líderes em Programas Ibero-americanos de Cooperação Cultural e em ações do Programa de Cooperação Sul-Sul da Organização das Nações Unidas (UNASUL).
É preciso discutir possibilidades de capacitação de músicos para os negócios, que permitam o desenvolvimento consistente do mercado da música e os preparem para uma carreira bem-sucedida no setor. A Bee My Ears já nasceu global, e tem atraído a atenção de stakeholders em cinco dos dez maiores países da economia da música, por facilidade de captação de recursos junto a investidores e pela maturidade empreendedora dos artistas autoprodutores locais, o que facilita a compreensão da proposta de valor da plataforma e uma interessante alavancagem inicial do novo negócio.
A plataforma Bee My Ears existe desde 2016, mas teve seu lançamento no Brasil no HackTown 2018, evento que ocorreu em Santa Rita do Sapucaí (MG), em setembro de 2018 (MEDIUM.COM, 2018). A plataforma Bee My Ears é um aplicativo que pode ser acessado através de smartphone, tablet ou computador/notebook; e possui dois públicos-alvo: artistas e ouvintes. O primeiro pode criar seu perfil sem custo ou pode optar por um dos planos disponíveis (Simple, Premium ou Vídeo). No caso de o compositor/artista optar por um dos planos, passa a receber relatório completo com as opiniões do público Premium.
A plataforma Bee My Ears inova a partir de sua cultura e de seus valores. Propondo conectar artistas e ouvintes, cria condições para que o artista independente possa quebrar a barreira da comunicação, elo da cadeia produtiva da indústria da música ainda bastante carente de soluções, principalmente para artistas com carreiras ainda em suas fases iniciais. Aproxima também o trabalho desses mesmos artistas a profissionais do middlestream e mainstream da indústria da música, gerando novas oportunidades de negócios e de maneira imediata, caso o profissional seja um ouvinte Premium.
Da mesma forma que a empresa Bee My Ears conseguiu aproximar interessados no mercado musical, permitindo que artistas independentes possam se destacar no setor; outros segmentos das indústrias criativas podem também se espelhar nos resultados promissores que têm sido demonstrados. Embora não seja a única empresa nesse segmento com atuação em diferentes países, amplia a perspectiva para futuros estudos associados às indústrias culturais e criativas que cada vez mais viabilizam oportunidades profissionais aos envolvidos direta ou indiretamente (KON, 2016; FLEMMING, 2019).