Resumo

Título do Artigo

A OUTRA FACE DA SUPERACUMULAÇÃO CAPITALISTA: superexploração do trabalho e dependência
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Palavras Chave

SUPERACUMULAÇÃO
SUPEREXPLORAÇÃO DO TRABALHO
DEPENDÊNCIA

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Significado do Trabalho, Satisfação e Mecanismos de Recompensa

Autores

Nome
1 - Wagner Peres Braga
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Reumo

O processo de superacumulação capitalista se configura de diversas maneiras no mundo. O padrão de desenvolvimento capitalista diferencia os países centrais e periféricos por meio da especialização produtiva. As relações sociais de produção estabelecem distinções entre os possuidores dos meios de produção e os detentores da força de trabalho. As teorias organizacionais retratam, majoritariamente, o ponto de vista da classe dominante, a fim de atingir seus objetivos: elevar a produtividade e obter a cooperação dos trabalhadores.
PROBLEMA: as teorias das organizações têm uma visão positivista do processo de criação de valor, de produção de riqueza, de crescimento econômico e, por conseguinte, de extração de valor. Entretanto, esquecem de observar aspectos que tangem os trabalhadores, como questões sobre desigualdade social, superexploração e precarização das condições de vida e trabalho. Este artigo tem como objetivo, então, demonstrar a face negativa que as teorias organizacionais promovem: a superexploração do trabalho e dependência.
A categoria central da análise da teoria marxista da dependência, de Marini (2011), é a superexploração do trabalho. O autor identifica três mecanismos que constituem o processo de exploração do trabalho, a saber: I) intensificação do trabalho; II) prolongação da jornada de trabalho; III) expropriação de parte do trabalho necessário ao operário para reposição de sua força de trabalho. Os dois primeiros mecanismos obrigam o trabalhador a gastar mais força de trabalho do que o habitual. O terceiro, remunera o trabalho abaixo de seu valor, correspondendo, assim, a uma superexploração do trabalho.
A inserção da América Latina no comércio mundial permite a extração de mais-valia relativa nos países centrais. Isso consiste em um aumento da produtividade do trabalho e uma consequente diminuição do preço das mercadorias. O barateamento das mercadorias necessárias à reprodução da força de trabalho reduz o tempo de trabalho que o operário necessita para sua subsistência, incidindo, na diminuição do seu salário. Ocorre, assim, a superexploração do trabalho na América Latina, por meio da desvalorização dos bens-salário e do aumento do tempo de trabalho excedente, onde se extrai mais-valia.
A ideologia das teorias organizacionais, o desenvolvimento e aplicação de suas técnicas a fim de atingir o objetivo de elevação da produtividade do trabalho bem como de obter a cooperação dos trabalhadores, contribuiu efetivamente para o desenvolvimento sistema de produção capitalista. A especialização e a mecanização do processo produtivo ampliam a massa de bens produzidos e, por conseguinte, de lucro. Contudo, não destacam os aspectos negativos que impulsionam: superexploração e precarização do trabalho, além de dependência.
Gurgel, C., & Rodriguez, M. (2014). Administração: Elementos Essenciais para a Gestão das Organizações. São Paulo: Editora Atlas. Marini, R. (2011). Dialética da Dependência. In J. Stedile & R. Traspadini (Orgs.). Ruy Mauro Marini: Vida e Obra. São Paulo: Expressão Popular.